Goiás será o estado pioneiro na adoção dos Índice Multidimensional de Carência das Famílias de Goiás (IMCF) para a criação de projetos de combate às desigualdades regionais e será referência para todo o País. A iniciativa é fruto da articulação do governador Ronaldo Caiado junto ao ministro da Cidadania, Osmar Terra, que acompanhou na tarde da última terça-feira, dia 19, no auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, a convite do governador, a apresentação dos dados aos prefeitos das dez cidades goianas com IMCF mais baixo. “Somos o primeiro estado a cruzar esses dados e o próprio ministro reconhece que, ao invés de ter uma visão única, há uma visão multidimensional”, afirmou Caiado.
O encontro foi o pontapé para a discussão de ações conjuntas dos três níveis do executivo, voltada para o atendimento das famílias mais vulneráveis, em grave situação de privação. Em um primeiro momento, serão atendidos os 10 municípios com os indicadores mais preocupantes, mas o objetivo é alcançar a marca de 50 cidades beneficiadas. Caiado lembrou que a convalidação do projeto é o terceiro compromisso de campanha que começa a ser cumprido.
“Técnicos irão aos municípios avaliar como temos que participar, que volume de recursos podemos trazer. Já adianto que podemos fazer muita coisa, independente até dos recursos que já temos previstos e que pretendemos ampliar. Já conversei muito com o ministro Paulo Guedes. E também criamos parcerias que são importantíssimas, graças a essa maneira nova de pensar o Governo”, comentou o ministro.
Ronaldo Caiado destacou a experiência de Osmar Terra, que entre outras atribuições, foi secretário nacional do “Comunidade Solidária”, projeto em que trabalhou com a ex-primeira dama Ruth Cardoso, e a importância do apoio da Pasta que ele dirige. “Precisamos nessa hora da sua experiência, da sua ajuda mais do que nunca”, afirmou o governador, frisando também o caráter essencialmente técnico do IMCF. “Os dados levantados não têm um viés político-partidário. Cabe a nós o atendimento a essas pessoas, conhecer cada caso para que possamos saber se tem piso, se não tem banheiro, se não tem energia elétrica”, exemplificou.
Osmar Terra fez elogios a Caiado e atribuiu essa abertura do governador de Goiás com o governo federal à sua ilibada postura política. “Vamos trabalhar e usar Goiás de piloto para esse programa. Muito por causa da pessoa do governador, pela determinação dele, que fique claro. Aqui vai funcionar. Caiado vai dar esse apoio. Tenho confiança absoluta disso”, destacou o ministro.
A presidente de honra da OVG, Gracinha Caiado, com discurso que abriu a solenidade, evocou a responsabilidade da primeira-dama em atuar em prol da área social: “Para minha alegria, o governador criou o Gabinete de Políticas Sociais para que pudéssemos unir forças e melhorar e mudar a vida dos goianos”.
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende, também marcou presença e elogiou a preocupação de Ronaldo Caiado em priorizar a área social, mesmo com tantos problemas pelos quais o Estado vem passando.
Longo prazo
Ao invés de focar em ações paliativas, o governador Ronaldo Caiado mostra inovação ao estabelecer metas de longo prazo. “Esse projeto não é de imediato, exige maturação. É um programa que é preciso ousadia de ter que mostrar que o resultado é a longo prazo”, refletiu Caiado. Para o ele, sua maior missão enquanto governador e médico é poder dispensar a essas pessoas condições mínimas de qualidade de vida, “porque é fundamental para nós podermos dar a elas condições de expectativa ao decorrer do tempo”.
O governador mencionou o caso de Teresina de Goiás, município com maior incidência de doença de chagas, segundo o IMCF. “Essa é uma realidade que precisamos saber combater, trazer resultados a essas pessoas e dando qualidade de vida, dando condições de morar e habitar uma casa com condições mínimas de higiene e, ao mesmo tempo, um espaço correto para poder criar os filhos. Isso dá cidadania e faz com que a pessoa, ao receber a renda, também se sinta estimulada em sair daquela condição de carência como vive nos dias de hoje”, concluiu.
Usina fotovoltaica
Caiado mencionou ainda que o governo concentra atenções na negociação que poderá trazer a primeira usina fotovoltaica da América Latina. “É um grupo sul-coreano. Serão 1,5 mil hectares com placas fotovoltaicas e com compromisso de instalar a indústria das placas em nosso estado. Isso vai proporcionar ao Nordeste goiano a possibilidade de se tornar uma área de pesquisa e ciência avançada para a chegada dos coreanos. Estamos otimistas”, afirmou.