Com base em suas experiências pessoais e na interação com o ambiente em que estão inseridas, Tuanny Araújo e Fernanda Jacob encontram as inspirações para as criações artísticas. Processo que resulta em obras cênicas as quais assinam direção, dramaturgia e condução da montagem.
A dedicação ininterrupta de ambas ao ofício, nestes 12 anos de atividade, resultou na construção de um repertório sólido e elogiado de sete espetáculos. Peças teatrais, de diferentes gêneros e que já rodaram o Brasil. E toda essa bagagem acumulada poderá ser absorvida pelo público em duas atividades distintas.
Com fomento do edital Funarte Retomada, Jacob e Tuanny ministram a oficina “Performance Negra”. O trabalho irá acontecer na Escola Parque 308 Sul, entre os dias 17 e 21 de fevereiro e das 19h às 22h. Gratuita, as inscrições podem ser feitas através do link: https://forms.gle/NGt23tpuPyhUGKct7.
A oficina apresenta aos e às participantes as práticas artísticas e técnicas utilizadas pelo Grupo Embaraça na construção do trabalho criativo. Com base em influências musicais, corporais e estéticas de criadoras negras, o emprego de jogos teatrais e de escrita estimulam a expressão cênica e literária.
Processo que tem por objetivo criar um ambiente que fortaleça as subjetividades de pessoas afetadas por dinâmicas racistas, patriarcais e sexistas. Por meio de jogos de improvisação, as ministrantes oferecem um espaço para os participantes explorarem e criarem suas próprias dramaturgias, integrando essas referências ao universo teatral.
A outra atividade, essa com fomento da Lei Paulo Gustavo para o projeto “Grupo Embaraça 10 Anos”, as artistas convidam para a roda de conversa: “Futuro e Novas Tecnologias”. Bate-papo que ocorre no SESC Estação 504 Sul, dia 20/2, a partir das 17h. O encontro é livre para todos os públicos e tem entrada franca.
O tema da conversa será debatido com as pesquisadoras negras Bianca D’Aya e Maíra Brito. D’Aya, bacharel em Turismo pela UNB, é a idealizadora do Guia Afetivo Negro do DF, produtora cultural e proprietária da agência de turismo Me Leva Cerrado. Maíra, jornalista e Doutora em Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade de Brasília (UnB), é professora do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), e autora do livro “Não. Ele não está”.
O foco do debate será explorar ações inovadoras para a criação de narrativas a partir da premissa central do afrofuturismo, movimento que conecta a cultura africana e diáspora negra com a tecnologia, o futurismo e questões de identidade. E o objetivo será promover diálogos sobre como as novas tecnologias podem ser utilizadas para amplificar vozes negras e construir futuros mais inclusivos e representativos.
As duas atividades se alinham intimamente às propostas de ambas ao fazer cênico. Que atuam a partir de processos de pesquisa, escuta e investigação, no sentido de direcionar obras ficcionais a percorrerem vivências de mulheres negras. E que provoquem mergulhos em histórias, gravadas na intimidade, e estimulem reflexões.