O Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG conta, desde 2002, com ambulatório para atendimento especializado de pacientes com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), uma condição do sistema respiratório caracterizada por uma diminuição progressiva da capacidade de respirar.
Segundo a coordenadora do serviço de pneumologia da unidade do Governo de Goiás, Teresinha Teixeira, a doença é perigosa porque, além do potencial para interromper a respiração de vez, diminui a circulação de oxigênio no sangue e dispara substâncias inflamatórias pelo corpo todo.
A DPOC é uma doença que surge, geralmente, após os 40 anos de idade, principalmente em pacientes fumantes ou ex-fumantes. Para conscientizar as pessoas a buscarem ajuda e respirarem melhor, diversos centros de estudos no mundo estabeleceram diretrizes sobre diagnóstico, manejo e prevenção da DPOC, o Gold.
O documento traz informações atualizadas com base em evidências científicas elaboradas por um comitê científico internacional. Gold/COPD estabeleceu que a terceira quarta-feira do mês de novembro deve ser lembrada como Dia Mundial da DPOC, que este ano será celebrada no dia 18 de novembro.
Teresinha esclarece que a DPOC é provocada geralmente pela fumaça do cigarro ou de outros compostos nocivos, sendo que o tabagismo está presente em aproximadamente 85% dos casos da doença. “Entre os sinais e sintomas estão tosse, pigarro, falta de ar, fadiga e catarro em excesso”, enumera. Segundo a médica, entre os principais fatores de risco da doença estão tabagismo, histórico familiar e inalação constante de gases, como fumaça de lenha e produtos tóxicos.
Atendimento
A chefe do serviço de pneumologia destaca que o HGG vem prestando assistência especializada aos pacientes com a DPOC, seja por meio de programas de atendimento em ambulatório específicos, seja por meio de atividades educativas, treinamento e qualificação dos residentes.
“Temos buscado o aperfeiçoamento e a reciclagem de profissionais para assegurar um tratamento adequado e medidas facilitadoras aos pacientes, através de políticas públicas, para que mais pessoas tenham o acesso a medicações de alto custo e a oxigenioterapia domiciliar”, destaca.
O serviço de pneumologia também disponibilizou, no site do HGG, o protocolo de assistência do paciente portador da DPOC, acessível a todos os profissionais. “No ano de 2019, o número de pacientes atendidos foi, em média, de 30 por semana, perfazendo um total de 700 pacientes para cada ambulatório. Já em 2020, devido ao período de pandemia da Covid-19, mantivemos o atendimento por teleconsulta e alguns de forma presencial”, conta a médica.
Atualmente o HGG dispõe de dois ambulatórios específicos para o atendimento dos pacientes com DPOC, com as médicas Elina Marques e Heicilainy Gondim.
Tratamento
A DPOC é uma doença que tem tratamento efetivo, que deve ser realizado de forma individual e contínua, visando à melhoria na qualidade de vida, interferindo positivamente nas expectativas do paciente e familiares.
“A primeira medida, e a mais importante, é o abandono do tabagismo. Mesmo para aqueles pacientes com o hábito há muitos anos, sempre haverá benefícios ao parar de fumar, para uma vida mais saudável, menos chance de adoecer, impedir a progressão da doença, além de reduzir risco para outras doenças, como câncer de pulmão, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e outras doenças”, esclarece.
A médica explica que o tratamento pode ser dividido em não medicamentoso e medicamentoso. “Quando indicada, a oxigenioterapia promove melhora significativa na qualidade de vida e no desempenho da função cardíaca dos indivíduos, proporcionando ganho nas atividades físicas e intelectuais”, afirma.