O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) realizou mais de 16,6 mil atendimentos ambulatoriais para pacientes pós-cirúrgicos e com graves lesões na pele na especialidade de Estomaterapia, no período de junho de 2019 – quando a unidade passou a ser administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF) – até junho de 2021. A estomaterapia é uma área voltada à prevenção da perda da integridade da pele de pacientes com feridas (agudas e crônicas), bem como daqueles com drenos, cateteres e estomia, cirurgia que liga o intestino do paciente à parede do abdômen, permitindo a saída de fezes por uma bolsa.
Segundo levantamento, foram 1.768 atendimentos para pacientes estomizados; 5.932 para retirada de pontos e de gessos; 8.986 para a realização de curativos em lesões de pele complexas graves. De segunda a sexta, das 7h30 às 11h e das 13h30 às 17h30, exceto feriados, a população pode contar com o serviço, via agendamento. No caso de pacientes pós-cirúrgicos, operados no próprio HRSM, há uma equipe especializada para a retirada de pontos e de gesso, que acompanha a evolução de pacientes recém-operados por traumas e cirurgias de tratamento de cânceres, por exemplo.
Atendimentos
Os pacientes são acolhidos por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e técnicos de enfermagem.
Na Sala de Lesões Complexas Graves são feitas trocas de curativos, em intervalos de um a 15 dias, de acordo com a necessidade de cada paciente. O perfil atendido é composto por aqueles que possuem lesões complexas, ou seja, não seguem período normal de cicatrização e devido a processos infecciosos demandam tempo cicatricial além do esperado, bem como aqueles com perdas de tecido extensas e traumas. No local, também são acolhidas pessoas diagnosticadas com diabetes que possuem com feridas no pé ou com ferimentos graves de pele como úlcera, urticárias, micoses, entre outros.
Durante a pandemia, a sala manteve uma média de 200 atendimentos por mês, de acordo com a chefe de enfermagem do Ambulatório, Raiane Alves. “Esses pacientes não podem parar o tratamento, que consiste na limpeza e aplicação de um curativo na ferida periodicamente para diminuição ou cura da enfermidade”, explica a profissional de saúde.
Já na sala de estomia do HRSM, onde ocorrem os atendimentos pós-cirúrgico, são atendidos os pacientes que foram submetidos a colostomia, cirurgia para ligar o intestino grosso do paciente diretamente à parede do abdômen, permitindo a saída de fezes para uma bolsa. O local também atende pacientes que passaram pela urostomia, procedimento semelhante à colostomia, feita para eliminação da urina por uma bolsa. A média de atendidos durante a pandemia foi de 100 procedimentos por mês.
Lá que Rozeno da Silva, de 79 anos, recebe os cuidados necessários. Ele foi submetido à colostomia no Hospital Regional do Gama, após o aposentado apresentar uma grave infecção no intestino. Depois disso, o paciente foi encaminhado para o HRSM, onde recebe, uma vez por mês, as orientações de higienização e troca da bolsa de colostomia pelos enfermeiros. Depois do procedimento, ele recebe um novo kit, com bolsas e materiais que serão utilizados durante o mês.
A esposa Ilda Constância, de 77 anos, acompanha Rozeno durante todas as sessões e é a responsável por fazer a troca das bolsas, em casa, uma vez por semana, além da limpeza.“A gente se sente muito amparado e acolhido com o atendimento que recebemos no Hospital de Santa Maria”, diz Ilda.
Texto: Thaís Umbelino/ Ascom IGESDF
Fotos: Davidyson Damasceno/ Ascom IGESDF