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INCA lança campanha no Dia Nacional de Combate ao Câncer

Em 2030, a despesa do Sistema Único de Saúde (SUS) com pacientes diagnosticados com câncer de intestino (colorretal), que desenvolveram a doença devido à exposição a fatores de risco evitáveis, vai ser 88% maior do que o valor gasto em 2018. A divulgação dos dados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde (MS) marca o Dia Nacional de Combate ao Câncer (27) de 2021

Há três anos, o SUS desembolsou aproximadamente R$ 545 milhões com procedimentos hospitalares e ambulatoriais para atender pacientes com câncer colorretal, com 30 anos ou mais. Para 2030, o INCA projeta que esse gasto poderá chegar a R$ 1 bilhão.

No Brasil, o câncer colorretal é o terceiro mais incidente na população. São, aproximadamente, 40 mil novos casos diagnosticados por ano, entre homens e mulheres. Desse total, cerca de 30% ocorrem devido a fatores comportamentais, como má alimentação, tabagismo e inatividade física.

Pesquisadores do Instituto identificaram que os fatores de risco relacionados à alimentação, nutrição e inatividade física foram responsáveis por cerca de R$ 160 milhões das despesas da União com câncer colorretal, em 2018. Os maiores gastos atribuíveis foram com baixo consumo de fibras alimentares (R$ 60 milhões), atividade física insuficiente (R$ 47 milhões), consumo de carne processada (R$ 28 milhões), de carne vermelha acima do recomendado (R$ 19 milhões), de bebidas alcoólicas (R$ 15 milhões) e excesso de peso (R$ 12 milhões). A projeção mostra que, em 2030, essas mesmas causas poderão ser responsáveis por até R$ 395 milhões de desembolso federal somente com este tipo de câncer.

“Estratégias de prevenção primária voltadas à promoção da alimentação saudável, manutenção de peso corporal adequado, prática de atividade física regular, redução do consumo de bebidas alcoólicas e interrupção do uso do tabaco têm grande potencial de reduzir os gastos associados com o câncer colorretal no Brasil”, ressalta Liz Almeida, chefe da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA.

Para além das despesas públicas destinadas ao tratamento, o câncer afeta a economia e a sociedade como um todo, afinal, com o óbito, perde-se capital humano. Em outro importante balanço, especialistas do INCA avaliaram que, de 2021 até 2030, aproximadamente 6 milhões de anos potenciais de vida serão perdidos por câncer colorretal no Brasil, se as tendências observadas continuarem. Já as perdas econômicas em produtividade, por óbito, chegarão a US$ 12,7 bilhões, na mesma década.

“Com esses resultados podemos entender que o câncer colorretal impacta não só pacientes e familiares, como também, indiretamente, os indicadores socioeconômicos do País”, conclui Marianna Cancela, chefe da Divisão de Vigilância e Análise de Situação do INCA.

Campanha

A campanha “Câncer de intestino: o que você precisa saber?” foi lançada pelo INCA no evento do Dia Nacional de Combate ao Câncer, disponível na TV INCA, no Youtube. O tema foi escolhido, pela primeira vez, para ser trabalhado pelo Instituto ao longo de 2022, nas diversas ações de controle do câncer no País.

“Sabendo que o câncer colorretal tem apresentado tendência de crescimento, tanto em novos casos como em mortalidade, e que os gastos com a assistência oncológica também crescem a cada ano, é urgente otimizarmos o uso dos recursos disponíveis para a saúde, em especial, no contexto do controle do câncer”, afirma a diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho.