Há um ano, quando estávamos nos despedindo de 2019 para entrar em 2020, ninguém imaginaria o que estaria por vir: uma pandemia de um vírus ainda desconhecido que mudaria drasticamente a vida de muitas pessoas ao redor do mundo. E com este cenário atípico, muitos setores também sentiram um baque e foram obrigados a se adaptar a uma realidade que com certeza entrou para a história.
Empresas mudando 100% a forma em que operam, hospitais fazendo força tarefa para ajudar a combater o coronavírus, restaurantes contando com ajuda de aplicativos de entrega para se manterem em pé, entre outras mudanças que pudemos perceber nos últimos meses.
Com este novo cenário, a saúde mental dos brasileiros, que já estava em estado de alerta mesmo antes do isolamento social, piorou ainda mais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) somos o país maisansioso do mundo e o maisdepressivo da América Latina. A situação, que já não era dos melhores, se tornou ainda mais agravante na pandemia, em que sentimentos como angústia, estresse e incertezas podem prevalecer. Para se ter uma ideia, 53% das mulheres e 37% dos homens entrevistados por um estudo feito pela ONG americanaKaiser Family Foundation estavam mais preocupados e estressados em decorrência do coronavírus.
Esses dados comprovam o desafio que a indústria de saúde precisou enfrentar em 2020: foi preciso focar no combate ao vírus e intensificar a produção de equipamentos e medicamentos no geral, sempre pensando no bem-estar das pessoas. Porém, esse setor foi um dos únicos que ainda podemos enxergar um desempenho. A prova disso foi o aumento na produção de álcool em gel, máscaras, luvas, remédios, vitaminas, entre outros itens que não estavam inseridos no dia a dia das pessoas. E a forma em que a indústria de saúde precisou responder essas demandas pode ser encarada como um avanço repentino da área.
Com isso, podemos até considerar uma diminuição na dependência de outros países para a produção de recursos para a saúde, pois a área teve que se comportar de uma forma intensa jamais presenciada antes, além de uma forte tendência de investimento em pesquisa e desenvolvimento em busca de um melhor apoio.
Inovação dentro dos hospitais para ajudar o dia a dia dos profissionais
Além do desenvolvimento de novas tecnologias aqui no país, é possível notar a procura por inovações que já existiam fora do Brasil e que também dão um suporte completo para os pacientes, hospitais, profissionais da área e ainda trazem medidas de segurança. Entre elas, uma que já era frequente na Europa e ganhou espaço foi a mudança na forma em que ocorre a higienização dos pacientes.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Revista Latino-Americana de Enfermagem, o banho no leito a seco apresenta benefícios como menor tempo de duração e exposição do paciente ao ambiente hospitalar quando comparado ao banho no leito convencional. No banho tradicional o paciente está sujeito a efeitos negativos como alterações hemodinâmicas e respiratórias, pois neste procedimento a utilização de água com jarros e bacias demanda um maior tempo e exposição do paciente para a realização da higiene.
Assim, alguns profissionais precisaram se atualizar e contar com a ajuda da telemedicina para ajudar pacientes que necessitam de atendimento, só que a distância. Portanto, mesmo com esses avanços, o futuro da indústria ainda é uma incógnita, mas é possível enxergar o surgimento de novas possibilidades de produção interna, tornando o mercado mais fácil, como também a popularização da telemedicina.
*Andrea Mendes é fundadora da Cath Care, fabricante nacional de equipamentos do ramo de saúde fundada em 2017 que já conquistou a Certificação de Boas Práticas de Fabricação (BPF), que atesta a qualidade e eficiência da produção de insumos médicos para empresas que se adequaram às boas práticas de fabricação e enfatiza a importância do cumprimento das responsabilidades sanitárias e de fiscalização perante a ANVISA.