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Inverno favorece incidência de doenças respiratórias

A estação mais fria do ano teve início na última segunda-feira (21) e com ela a preocupação com o aumento da incidência de doenças respiratórias, inclusive a covid-19. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta para um possível agravamento da pandemia nas próximas semanas. Segundo a entidade, o quadro da pandemia no Brasil permanece bastante crítico, com a manutenção de um platô elevado de transmissão do vírus.

Além disso, ela destaca que as infecções virais e bacterianas podem precipitar crise de asma e piora da rinite alérgica, além do que, os ácaros, principal fator desencadeante de alergias, triplicam a sua proliferação nas estações de outono e inverno. “Infelizmente, ainda temos a circulação do Sars-CoV-2, vírus que provoca a covid-19”, acrescenta.“No inverno, temos mudanças bruscas de temperatura. Geralmente as noites são frias e os dias quentes, propiciando infecções virais (gripes e resfriados), que podem complicar com doenças bacterianas como amigdalites, sinusites, otites, pneumonias e até meningites”, aponta a médica alergista Marta Guidacci.

Segundo ela, as mudanças bruscas de temperatura, a circulação dos vírus respiratórios e a redução do distanciamento – tendo em vista que com o frio as pessoas ficam mais em ambientes fechados – contribuem para a maior incidência das doenças respiratórias no inverno.

Como prevenir?

A responsável técnica pela Vigilância da Covid-19, Influenza e outros vírus respiratórios, Cleidiane Carvalho, indica medidas simples que podem ser adotadas para minimizar a circulação dessas doenças, como uso de máscara, higienizar com frequência as mãos, evitar tocar mucosas dos olhos, do nariz e da boca, manter os ambientes bem ventilados, evitar aglomerações, mantendo distanciamento físico e social. “Além disso, é importante uma alimentação balanceada e a ingestão de líquidos”, recomenda.

De acordo com a médica Marta Guidacci, outro fator importante é ter atenção aos sintomas, que podem ser semelhantes nos quadros de gripe, resfriado e até mesmo da covid-19. “Quando a pessoa apresentar um quadro gripal com coriza, por exemplo, a orientação é ficar em isolamento e observar o aparecimento de outros sintomas e, se houver, procurar assistência médica”, orienta.

Em caso de febre persistente, prostração, falta de ar, dor no peito e tosse, a recomendação é procurar uma unidade básica de saúde.

A vacina é a intervenção mais importante para evitar casos graves e mortes pela influenza. A Campanha de Vacinação contra a Influenza está em andamento desde o dia 12 de abril e todos os grupos prioritários elegíveis pelo Ministério da Saúde já podem ser vacinarFernanda Ledes, enfermeira da área técnica de imunização

Influenza

A influenza é uma infecção respiratória aguda, causada por agentes virais dos tipos A, B, C e D. O tipo A está associado a epidemias e pandemias, tem comportamento sazonal e apresenta aumento no número de casos entre as estações climáticas mais frias.

Por isso, é fundamental que as pessoas que fazem parte do público-alvo busquem uma das cem unidades básicas de saúde (UBSs) do Distrito Federal e vacinem-se contra o vírus influenza. A enfermeira da área técnica de imunização, Fernanda Ledes, chama atenção que, com o aumento no número de casos de covid-19, a vacinação contra gripe assume particular relevância para proteger populações vulneráveis com risco de desenvolver formas graves da doença.

“A vacinação anual contra a Influenza é de extrema importância, uma vez que a vacina é a intervenção mais importante para evitar casos graves e mortes pela doença. A Campanha de Vacinação contra a Influenza está em andamento desde o dia 12 de abril. Atualmente, todos os grupos prioritários elegíveis pelo Ministério da Saúde para a vacinação contra Influenza já podem ser vacinar”, pontua.

Ela orienta que todos aqueles que são parte de algum grupo prioritário para a campanha e que ainda não se vacinaram, procurem uma sala de vacinação para receber sua dose. “Lembramos que, caso tenha recebido a vacina contra a covid-19, é necessário que aguarde 14 dias para receber outra vacina”, alerta.

Vacinação de rotina

Além da vacina contra o influenza e o coronavírus, outras vacinas de rotina do Calendário Nacional de Vacinação contribuem para a diminuição da circulação de alguns vírus e bactérias que causam infecções graves, especialmente em lactentes (bebês em fase de amamentação) e crianças menores de cinco anos de idade.

Entre as vacinas, a enfermeira cita a Penta, que protege contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae (causa frequente de infecções, como otite média, sinusite e infecção das mucosas respiratórias), e a vacina Pneumocócica 10 valente (conjugada), indicada para prevenir infecções invasivas, como sepse, meningite, pneumonia e bacteremia; bem como otite média aguda.

“O mais importante é que as pessoas entendam que algumas doenças podem ser prevenidas pelas vacinas e que manter o cartão vacinal atualizado é a melhor forma de evitar que essas doenças circulem, causando adoecimento, complicações e, algumas vezes, levando ao óbito”, finaliza. Confira o vídeo:

 

• Vacina Penta: administrar 3 doses aos 2 (dois), 4 (quatro) e 6 (seis) meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses. Na rotina dos serviços a vacina é disponibilizada para crianças até 6 anos, 11 meses e 29 dias ainda não vacinadas.

• Vacina Pneumocócica 10 valente (conjugada): administrar 2 doses aos 2 (dois) e 4 (quatro) meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses, em crianças menores de 1 ano de idade; administrar 1 reforço, preferencialmente aos 12 meses, podendo ser administrado até os 4 anos de idade.

*Com informações da Secretaria de Saúde