Nesta época do ano, em que a vegetação seca, a baixa umidade do ar e a falta de chuvas contribuem para o aumento dos incêndios florestais, o Jardim Botânico de Brasília elaborou um plano de trabalho para evitar o registro de novos focos. As ações vão desde a manutenção de equipamentos utilizados no combate as chamas, passando pela execução de aceiros negros (com fogo controlado) e mecânicos (com tratores e roçadeiras) em áreas estratégicas, até o treinamento da equipe com adequações devido a pandemia do coronavírus.
As primeiras medidas preventivas começaram já no início deste ano junto aos membros do grupo responsável pelo Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Distrito Federal para manter a marca histórica de 2019, quando não houve nenhum registro nos cinco mil hectares do JBB e da Estação Ecológica do Jardim Botânico.
O gerente de Preservação do Jardim Botânico, Pedro Cardoso, explica que no ano passado as estratégias foram fundamentais para impedir o avanço dos 14 focos registrados ao redor da unidade de conservação. “Com essas ações, os brigadistas conseguiram combater as chamas de forma rápida e evitaram que elas se alastrassem dentro da nossa área”, reforçou.
Como parte do plano de 2020, foram executadas a roçagem em pontos de maior risco e incidência e as manutenções tanto da caixa d’água de 45.000 l, instalada em 2019 em um ponto estratégico da Estação Ecológica do Jardim Botânico para reabastecimento das viaturas de combate, quanto dos demais equipamentos utilizados pelos brigadistas. “Essas ações são permanentes, pois dependemos do bom funcionamento dos equipamentos para o combate efetivo. Como nossa área é muito grande, o trabalho de roçagem é realizado por etapas. E contamos com a parceria de órgãos como a administração regional do Lago Sul e fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília”, completou Pedro Cardoso.
Rondas
Além disso, as rondas periódicas dentro do Jardim Botânico e na área da Área de Proteção Ambiental (APA) Gama e Cabeça de Veado serão intensificadas e a instrução aos vigilantes, principalmente do Centro de Excelência do Cerrado, para identificação de fumaças e pontos de calor, e treinamento de todos os servidores do JBB serão fundamentais para o combate efetivo dos focos de incêndios. “Precisamos nos adequar à nova realizada imposta pela pandemia e a partir de agora será obrigatório o uso de máscaras ou balaclavas em qualquer ação”, adiantou o gerente de Preservação.
Queima controlada
A próxima ação prevista é a execução do aceiro negro em torno da DF 001, que faz divisa com a Estação Ecológica do Jardim Botânico, na segunda quinzena de julho de 2020. “Esse trabalho diminui o material combustível nas bordas da Estação Ecológica, impedindo que as chamas se alastrem rapidamente facilitando o primeiro combate ao incêndio”, complementou Pedro Cardoso.
O trabalho de conscientização sobre os perigos da queima de lixo e poda, que são as principais causas de incêndio florestal, também será intensificado. Devido a pandemia, as blizte educativas e o trabalho de porta em porta feito com a comunidade vizinha ao JBB foram suspensos. No entanto, a comunicação por meios digitais será intensificada. “Sempre contamos com a parceria dos moradores que vivem nos arredores do jardim, o que aumenta a nossa área de vigilância. E temos conseguido bons resultados, pois os alertas dos focos de fumaça nos permitem uma ação mais rápida e eficaz”, argumentou o gerente de Preservação.
* Com informações JBB
AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: ISABEL DE AGOSTINI