Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade.
“Sou filha de pessoas que, assim como muitos, sonharam em ter uma vida melhor na capital que surgia no meio do Cerrado. Pai mineiro e mãe nordestina, brasiliense nascida em 1988 e criada entre monumentos e cidades satélites.
Quando criança eu morava em Ceilândia, brincava de terra nas ruas ainda não asfaltadas do Setor O. Minha relação com a Brasília dos cartões-postais começou cedo, indo com o meu pai ao trabalho, no Senado Federal.
E, de lá, dos interiores do Palácio do Congresso, é que tenho as lembranças mais antigas dessa linda cidade. Eu brincava acariciando carpetes verdes e azuis, em poltronas de Oscar Niemeyer, criando histórias imaginárias com bustos de presidentes e obras de arte, e tentando encontrar desenhos no meio dos azulejos Ventania, de Athos Bulcão.
Daí nasceu minha paixão pela arquitetura, pelas cores, pelo desenho e pela arte da cidade. Quando voltei a frequentar o Congresso como estagiária da Câmara dos Deputados, sendo monitora das visitas guiadas dos turistas, era maravilhoso.
Falava sobre aquelas obras de arte, entrava nos plenários, andava pelo Salão Verde e, mais que dar informações para os turistas, era um rememorar de minha própria infância.
Brasília chegando a 60 anos e eu chegando aos 32, todos vividos por aqui, e cada vez mais me envolvendo com a história das pessoas e da cidade. Atualmente, faço mestrado em História na UnB, me dedicando a uma história sobre o movimento sindical brasiliense, uma história regional, de luta e de como daqui surgiram nomes e lideranças importantes para a política brasileira.
São muitos os desafios que esperam essas duas jovens senhoras: eu e Brasília!
São muitos os desafios que esperam essas duas jovens senhoras: eu e Brasília! Pra mim, que meus estudos sejam frutíferos e que eu possa contar muitas histórias sobre as pessoas dessa cidade, e pra Brasília, que ela siga desenvolvendo sua própria identidade, cada vez mais. Parabéns, Brasília, e obrigada por tudo!”
Leny Vieira Valadão, historiadora, 32 anos, mora em Águas Claras
- Depoimento concedido ao jornalista Freddy Charlson