Há 25 anos, José Edson Vieira da Silva, deficiente visual, é responsável pela reciclagem no Viveiro I da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). O auxiliar de serviços gerais de 53 anos é uma das primeiras pessoas com deficiência na empresa, uma trajetória que descreve com muito orgulho.
“Nós, pessoas com deficiência, éramos barrados de trabalhar em outros lugares. Aqui na Novacap, colaboramos com a população da cidade e com a empresa, além de tirar o meu sustento e colaborar com o crescimento de todo o Distrito Federal”, conta o trabalhador.
“Rotular as pessoas por uma condição, sem verificar a sua competência para exercer determinado cargo ou função, é limitante. Esses trabalhadores não executam serviços simples e capacitistas. Eles realizam atividades vitais para a companhia”Fernando Leite, presidente da Novacap
Zé Édson, como é chamado por muitos colegas, é uma das 213 pessoas com deficiência que integram o quadro de colaboradores da Novacap. A maior parte deles, em atuação na Divisão de Manutenção de Áreas Verdes (Dimave). “Rotular as pessoas por uma condição, sem verificar a sua competência para exercer determinado cargo ou função, é limitante. Esses trabalhadores não executam serviços simples e capacitistas. Eles realizam atividades vitais para a companhia”, enfatiza o presidente Fernando Leite.
De acordo com o gestor, algumas adaptações precisaram ser feitas para atender a esses trabalhadores. “Não somente na estrutura, mas nos costumes. Por exemplo, em algumas áreas do Viveiro não pode haver tráfego de carros para que eles possam se deslocar sem perigos ou obstáculos. O vestiário deles é separado para que seus pertences permaneçam exatamente no lugar onde deixaram, tendo, assim, facilidade para encontrá-los posteriormente”, explica.
Ações inclusivas
A colaboradora da companhia Marinês Pereira da Silva atua na Divisão de Fiscalização da Diretoria de Edificações da Novacap. Inês, como é conhecida em seu local de trabalho, auxilia nas demandas que surgem principalmente por parte da comunidade surda, pois tem domínio na Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Fruto do projeto de conclusão da graduação em pedagogia, Inês acredita que é preciso estabelecer ações que tragam visibilidade para as pessoas com deficiência. “Imagina você não poder ir ao restaurante ou ao banheiro pelo fato de ser cadeirante e não haver um espaço adaptado? Ou ainda, no caso dos surdos, nem todos são alfabetizados ou oralizados, então há dificuldade em estabelecer uma comunicação. Em todas as esferas da sociedade é preciso estabelecer ações que promovam a inclusão dessas pessoas”, acredita.
Desde o ano passado, a Novacap firmou parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), pela qual ocorrem constantes ações voltadas à inclusão de pessoas com deficiência.
A psicóloga da Divisão de Segurança, Medicina e Assistência (Dismed), Ângela Saraiva, ressalta a importância do apoio às pessoas com deficiência na companhia: “Apoiar é contribuir para a inclusão e proporcionar qualidade de vida, por meio de uma vida ativa e produtiva”, finaliza.
*Com informações da Novacap
Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger