O S-40 Riachuelo, primeiro submarino previsto pelo Programa Nacional de Submarinos (PROSUB), encontra-se nas últimas etapas para lançamento no dia 12 de dezembro. O programa é fruto de uma parceria entre o Brasil e França pela transferência tecnológica dos submarinos Classe Scorpène e desenvolvimento de um submarino de propulsão nuclear. A conclusão do equipamento foi celebrada em evento no Clube Naval, em Brasília, nesta semana. Durante a cerimônia de condecoração da medalha “Amigo da Marinha”, realizada no último dia 6, o 7º distrito naval exibiu um vídeo com detalhes sobre o programa.
O programa tem como objetivo construir quatro novos submarinos de propulsão convencional e mais um submarino nuclear, para reforçar a proteção da “Amazônia Azul”: a área de vigilância que compreende 3,5 milhões de quilômetros quadrados de mar territorial brasileiro, fonte de riquezas energéticas, minerais e de alimento onde ficam localizadas 90% das reservas de petróleo brasileiro. Antes de entrar em operação, a tecnologia passará, em 2019, por um período de testes e ajustes.
O PROSUB foi criado com base na Estratégia Nacional de Defesa de 2008, que estabelece em seus objetivos para a Marinha que esta seja reconstruída para como “uma Força balanceada entre o componente submarino, o componente de superfície e o componente aeroespacial” e também que “o Brasil contará com força naval submarina de envergadura, composta de submarinos convencionais e de submarinos de propulsão nuclear.”.
A construção do submarino começou na França, em 2010, onde foram produzidas partes do casco enquanto simultaneamente era realizado o treinamento de capacitação dos engenheiros brasileiros envolvidos no programa. Atualmente se encontra no Complexo Naval de Itajaí, onde será concluída sua construção e será realizada a construção dos demais submarinos do programa.
Segundo o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Eduardo Leal Ferreira, no vídeo divulgado, a planta nuclear de geração de energia para o último submarino do programa será construída com tecnologia totalmente nacional. Se o programa for bem sucedido, o Brasil entrará para o seleto grupo de países a deter a tecnologia para a construção de submarinos nucleares. Atualmente, os únicos países desse grupo são os Estados Unidos, Reino Unido, China, Rússia e França.
A maior velocidade e autonomia do submarino nuclear possibilitará à força naval não apenas um maior potencial de dissuasão e de projeção de poder, como também será possível patrulhar áreas mais afastadas do mar territorial brasileiro e combater com mais eficiência atividades ilegais como pesca clandestina e tráfico de drogas.
Por Lucas Neiva
Foto: Divulgação
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira