Taxas de juros mais baixas, ações de investimentos desvalorizadas, demissões em massa e um mercado carente por inovação. De acordo com o último levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 9 milhões de brasileiros já perderam seus empregos devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Entretanto, períodos de crise podem ser bastante promissores para empreendedores que pensam fora da caixa e querem mudar de vida.
De acordo com Jamerson Moreira, professor de Estratégia Empresarial no ISAE Escola Negócios, os juros baixos costumam privilegiar as atividades empresariais, desencadeando diversas oportunidades para quem tem um dinheirinho guardado e deseja investir em um negócio próprio. “Seja para empreendedores de primeira viagem ou para os mais experientes, investir em franquias é uma ótima opção neste momento, tanto pelo fato da gestão pronta quanto pelo modelo de negócio que já vem formatado para o público alvo”, destaca o especialista.
O mercado de franquias vem ganhando cada vez mais aliados devido a facilidade de administração quando comparado a um empreendimento aberto do zero. Isso acontece porque, ao investir em uma franquia, o empresário pode comercializar uma marca que já possui histórico consolidado no mercado, clientes fiéis e marketing ativo. “Por mais que momentos de crise apresentem um mercado com cenário de retração, a necessidade de consumo continua, principalmente itens de necessidade básica, como alimentos”, aponta Moreira. “Investir em uma marca que, mesmo com a crise, está gerando lucro, com certeza irá render bons frutos”, diz.
Mercado gastronômico é uma boa alternativa
Para o empresário do segmento da alimentação José Araújo Netto, fundador das badaladas redes Porks – Porco & Chope e Mr. Hoppy, que contam com mais de 50 unidades espalhadas pelo país, investir em franquias gastronômicas pode ser muito positivo neste momento, ainda mais quando se trata de modelos de baixo custo e testados no mercado. “As minhas franquias, por exemplo, possuem baixo custo operacional, com poucos funcionários, cardápio enxuto, produtos baratos e imóveis com preço acessível, o que por si só já oferece maior estabilidade e garante agilidade no retorno dos rendimentos”, conta. “Além disso, não cobramos taxa de marketing e oferecemos consultoria personalizada para que o franqueado atue da melhor maneira possível na sua região escolhida por ele”, completa o empresário.
Diversas outras redes de franquias estão aproveitando o momento de crise para evidenciar as vantagens deste modelo de negócio, que ganhou ainda mais importância com as baixas constantes na taxa Selic. Agora, no próximo mês de junho, por exemplo, a rede Sirène Fish &Chips, que conta com oito unidades no Brasil, espalhadas pelas cidades de Curitiba (PR), Balneário Camboriú (SC), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Brasília (DF), lançará uma nova franquia na cidade de São Paulo (SP). Obviamente, levando em consideração o caos global gerado pelo coronavírus, o funcionamento inicial da loja será todo digital, com foco no atendimento via delivery, evitando aglomerações e saídas desnecessárias durante um período em que o isolamento social se faz tão necessário.
Para Alessandro Santos, diretor de marketing da rede Bangalô dos Pastéis, que conta com várias unidades espelhadas pelos estados do Paraná e Santa Catarina, neste momento é fundamental que os investidores busquem franquias que prestem toda assistência aos fraqueados. Além de abrir mão das taxas de marketing nos últimos meses, a rede forneceu incentivo financeiro para que todas as unidades pudessem oferecer delivery gratuito. “Cada franquia tem feito suas próprias ações, como promoções, descontos, delivery grátis ou solidário, uso de influencers para fomentar as vendas”, conta. “Como franqueador, estamos trabalhando para que todos consigam passar por essa fase tão complicada sem grandes prejuízos”, completa Santos.