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Monitor de Secas registra abrandamento do fenômeno em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. DF segue livre de seca em fevereiro

A última atualização do Monitor de Secas aponta que no Centro-Oeste houve, em fevereiro, o abrandamento da seca em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já o Distrito Federal se manteve livre do fenômeno, o que vem sendo observado desde dezembro. As áreas com o fenômeno recuaram em Goiás e Mato Grosso e ficaram estáveis em Mato Grosso do Sul (100% do estado).

Desde dezembro de 2021, o Distrito Federal se mantém com 100% de seu território livre de seca – condição semelhante à do Espírito Santo entre as 21 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor. Por isso, não houve variação de área e da severidade do fenômeno, que não foi registrado nos últimos três meses de monitoramento.

Em Goiás, entre janeiro e fevereiro, a área com seca extrema recuou no estado, passando de 14% para 13% do território. O mesmo ocorreu com a seca grave, que teve um recuo de 35% para 23% de Goiás, resultando no abrandamento do fenômeno no estado. Essa é a melhor condição da seca no território goiano desde julho de 2021, quando houve seca extrema em 10% do estado. Em termos de área com a presença do fenômeno, houve um recuo de 72% para 64% do estado – menor percentual desde sua entrada no Mapa do Monitor em junho de 2020. Com 215,9 mil km² com seca, Goiás só fica atrás de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo em termos de área total com o fenômeno.

Mato Grosso registrou o recuo da área com seca extrema no estado, passando de 5% para 3% do território em fevereiro. Esta é a condição mais branda do fenômeno em MT desde sua entrada do estado no Mapa do Monitor em junho de 2021. Com a redução da área total com seca de 40% para 36%, o estado teve o menor percentual do histórico nesse aspecto. Considerando a área de 322,5 mil km² com a presença do fenômeno, Mato Grosso teve a segunda maior porção territorial com seca em janeiro entre as 21 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor, ficando apenas atrás de Mato Grosso do Sul.

No caso de Mato Grosso do Sul, em fevereiro 100% do território registrou seca, condição verificada consecutivamente há 1 ano e 8 meses, desde sua entrada no Mapa do Monitor em julho de 2020 – esta é a maior sequência entre as 21 unidades da Federação acompanhadas. Em fevereiro a área com seca excepcional, a mais severa na escala do Monitor, recuou de 4% para 2% do estado, resultando no abrandamento do fenômeno em MS, que segue com a condição mais intensa do Centro-Oeste. Em termos de área total com seca, Mato Grosso do Sul teve o fenômeno em seus 357 mil km², ficando em primeiro lugar nesse quesito entre as unidades da Federação monitoradas.

Considerando o recorte por região, o Sul registrou o maior percentual de área com seca, mantendo os 98% entre janeiro e fevereiro. No Centro-Oeste e no Sudeste houve respectivamente um recuo do fenômeno de 60% para 56% e de 54% para 49%, sendo a primeira vez que mais da metade do Sudeste ficou livre do fenômeno desde que os quatro estados da região passaram a ser monitorados em novembro de 2020. No Nordeste a área com seca avançou de 34% para 36%, mas segue sendo a menor em termos percentuais entre as quatro regiões.

Entre janeiro e fevereiro, em termos de severidade da seca, seis estados tiveram um abrandamento do fenômeno no último mês segundo o Monitor de Secas: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e São Paulo. Tanto no Distrito Federal quanto no Espírito Santo, o fenômeno não foi registrado, assim como em janeiro. No sentido oposto, os três estados da região Sul – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – tiveram uma intensificação da seca. Em outros nove estados, a severidade do fenômeno se manteve estável: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Sergipe e Tocantins.

Considerando as quatro regiões integralmente acompanhadas pelo Monitor de Secas, a maior severidade observada em fevereiro aconteceu no Sudeste, que registrou 5% de seca excepcional, a mais aguda da escala do Monitor, apesar da melhora das condições em comparação a janeiro. O Sul teve a segunda maior severidade de janeiro com 18% de seca extrema e 54% de seca grave. No Centro-Oeste houve um abrandamento do quadro com a redução da seca grave de 25% para 23% de seu território. Já o Nordeste teve a menor severidade do último mês e foi a única região a não ter registro de seca extrema ou excepcional no período.

Entre janeiro e fevereiro, três estados registraram o aumento da área com seca: Maranhão (onde a seca fraca voltou a ser registrada), Pernambuco e Tocantins. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em cinco estados: Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nas outras 13 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor, não houve variação do território com seca: Alagoas, Ceará, Distrito Federal (livre do fenômeno), Espírito Santo (também sem seca), Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

Assim como em janeiro, cinco estados registraram seca em 100% do território no último mês: Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Somente duas unidades da Federação ficaram livres do fenômeno em fevereiro: Distrito Federal e Espírito Santo. Os demais 14 estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 10,6% e 97,9% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso do Sul lidera a área total com seca, seguido por Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás. No total a área com o fenômeno foi de 2,5 milhões de quilômetros quadrados e se fosse um país seria o 10º maior do mundo, superando os 2,3 milhões de km² da Argélia.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste mais o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em suas respectivas unidades da Federação são as seguintes:

  • DISTRITO FEDERAL: Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA);
  • GOIÁS: Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD);
  • MATO GROSSO: Superintendência de Proteção e Defesa Civil de Mato Grosso (SUPDEC) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA);
  • MATO GROSSO DO SUL: Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO) e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL).

A metodologia do Monitor de Secas, em operação desde 2014, foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno  ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.