Com a presença de público, a 25ª edição da Feira do Morango, em Brazlândia, foi aberta aos visitantes na noite desta sexta-feira (3). Depois de ter sido realizada de forma online no ano de 2020, neste ano, as pessoas interessadas poderão frequentar o espaço – na Associação Rural Cultural Alexandre Gusmão (Arcag), no Incra 6 -, desde que respeitando os protocolos de segurança exigidos na pandemia, como uso de máscara e álcool em gel e distanciamento social.
Na primeira noite, pouca gente se arriscou. “Vim porque minhas filhas adoram morango e queria que elas tivessem a oportunidade de ver a festa, que eu já conhecia, de perto. Estou me sentindo segura, mas não vou ficar muito tempo”, contou a dona de casa Daniella Barreto, enquanto escolhia as melhores e maiores frutas com as duas filhas, Catarina e Emanoela. “Antigamente, a abertura era bem mais cheia e concorrida”, completou.
A pandemia pode ter mudado o cenário no que se refere à lotação do evento e dos tradicionais shows culturais que aconteciam durante a festa – que, em 2021, não ocorrerão -, mas nem de longe diminuiu o brilho do astro principal: o morango.
Setenta estandes espalhados por todo a praça de alimentação do evento ofereciam doces, geleias, tortas, pães, cucas e, claro, a fruta in natura, para quem quisesse. São 40 produtores – muitos deles que vivem há anos da venda do fruto e seus derivados.
“Hoje, cerca de 200 famílias cultivam morango no Distrito Federal, sendo que 95% desse total é da região de Brazlândia”, explicou o vice-governador Paco Britto, que participou da solenidade de abertura da festa. “A nossa cidade hoje é reconhecida nacionalmente e até fora do país pela produção do morango. Isso significa retorno para Brazlândia”, acrescentou o administrador da cidade, Josiel Costa Rosa.
Conforme frisou o deputado distrital Iolando, que nasceu, cresceu e viveu na cidade, “Brazlândia é uma das maiores produtoras de hortaliças, frutas e granjas do Distrito Federal”. “A Festa do Morango, a feira e a produção da fruta é a maior do centro-oeste”.
De acordo com o secretário de Agricultura, Candido Teles de Araújo, “reviver” a Festa do Morango só é possível graças ao empenho do governo. “Quando se tem um governo presente, todos sentem a diferença. No ano passado, fomos privados de viver essa festa, devido à pandemia. Mas o governo fez a sua parte, ofereceu tecnologia e condições para o trabalhador do campo e hoje revivemos tudo isso”, disse.
Apenas em 2021, 150 hectares de morangos foram plantados. “Eu gosto sempre de frisar a importância do trabalhador do campo para o país. Principalmente, neste tempo de pandemia, pois ele não parou um dia sequer para garantir o alimento na mesa do brasiliense”, disse Paco que também enfatizou a simpatia e cuidado do governador Ibaneis Rocha com o trabalhador do campo. “Ele sabe que é das mãos desses trabalhadores da terra que sai o que mais precisamos para a nossa sobrevivência: o alimento”.
A safra gerada com o plantio deste ano está estimada em 4,5 mil toneladas da fruta. “Isso representa muito mais que água na boca com tudo o que podemos fazer com o morango, mas representa, também, a geração de uma receita em torno de R$ 50 milhões”, concluiu o vice-governador.
Para a presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Denise Fonseca, é por meio da festa que os produtores conseguem vender parte de seus produtos neste período de safra. “Isso movimenta a economia, gera renda para o campo e para a cidade”, apontou. De acordo com ela, o evento é um “orgulho” para a Emater, que participa diretamente do desenvolvimento da cadeira produtiva do morango. “Levamos nosso trabalho de assistência técnica e auxiliamos na comercialização do morango. Constantemente nos atualizando para oferecer novas tecnologias para os produtores”, pontuou.
4,5é o número estimado de toneladas da safra deste ano
Mais que morangos
Uma das novidades da Feira do Morango deste ano é o Morango Social: um estande preparado para receber as doações de alimentos, brinquedos e agasalhos. Toda doação será revertida para atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade da região.
Além da parte social, o evento conta com a volta do Colha e Pague, onde o visitante pode se inscrever para ir a uma propriedade que cultiva morangos e colher as frutas, que podem ser consumidas na hora ou levadas para casa. E também conta com a feira de artesanato, com dezenas de estandes.
“Caminhar e sonhar com o artesão e com o agricultor já diz tudo. Hoje, voltar com a realização deste evento é uma felicidade muito grande”, afirmou a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça.
Além disso, a edição deste ano contará com os concursos de Rainha do Morango e de receitas, além da Mostra de Morangos de Brasília, onde produtores passarão pela avaliação de uma comissão julgadora.
O evento – organizado pela Arcag e Instituto Rosa dos Ventos, com apoio da Emater-DF, Administração Regional de Brazlândia e Secretaria de Turismo – é gratuito e vai até o dia 7 de setembro. Depois, a programação volta no fim de semana seguinte, de 10 a 12 de setembro. As atividades ocorrem das 9h às 22h.
“Passamos por momentos difíceis, perdemos companheiros e inclusive o fundador da Festa do Morango. Foi um ano difícil para nós. Mas, hoje, conseguimos realizar o evento que ajuda tanto o produtor a escoar a produção e evitar perdas”, explicou o presidente da Arcag, Shoji Saiki. Segundo ele, a expectativa de público para este ano é alta: “Entre 5 mil e 8 mil pessoas devem passar por aqui por dia.
Artesanato
Com a unidade móvel e um espaço dedicado às mulheres, a Secretaria da Mulher também marca presença na 25° edição da Feira do Morango, oferecendo orientação sobre os serviços, equipamentos, cursos e oficinas. Os visitantes também poderão conferir a área especial dedicada às produtoras e artesãs do Fórum Distrital Permanente das Mulheres do Campo e do Cerrado.
A secretária da Mulher, Ericka Filippelli, fez questão de participar da abertura do evento: “Nós queremos que a Secretaria da Mulher esteja onde a população está. Então, estamos aqui na Feira do Morango, não só apresentando os nossos programas, mas também abrindo um espaço com cada vez mais apoio para as mulheres da região”.
Com morangos estampados no avental e touca, a psicóloga e artesã Cássia Maria da Silva Garcia, 44, se destaca nos estandes do Salão do Artesanato oferecidos pela secretaria, com uma vitrine cheia de geleias, doces, morangos e bonequinhas artesanais.
Servidora da Secretaria de Saúde, Cássia trabalha com a produção de geleias há apenas 3 meses, motivada pela união da família após a perda de uma tia, em consequência da covid-19 . O morango, utilizado na produção das geleias, vem da chácara da mãe, dona Maria de Lourdes da Silva, 71, e foi premiado como o mais saboroso na edição de 2019 da festa.
“Esse apoio da secretaria é fantástico. Porque além do incentivo financeiro e da divulgação das pequenas produtoras, o artesanato oferece um apoio terapêutico. Faz toda a diferença”, declarou a artesã.
A subsecretária de Promoção das Mulheres, da Secretaria da Mulher, Fernanda Falcomer, destaca a importância da presença da pasta no evento: “A secretaria está cada vez mais empenhada em levar os nossos serviços até as áreas rurais e alcançar mais mulheres do DF. Essa também é uma oportunidade de dar visibilidade às mulheres empreendedoras do campo e do cerrado”.
*Com informações da Secretaria da Mulher