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No entorno do DF, bairro em implantação valoriza elementos da cidade criativa

Quando falamos de criatividade, pensamos em pessoas criativas como grandes artistas, músicos e artesãos.  Mas e os lugares, será que eles podem receber esse adjetivo? Não só podem, como devem, almejam urbanistas e especialistas do planejamento urbano. Já existe inclusive um cidades foram reconhecidas como “cidades criativas” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por valorizarem sua cultura, criatividade e identidade, o que se tornou uma âncora de desenvolvimento de uma economia criativa forte e diversificada.

“A cidade criativa é um lugar onde as pessoas criam soluções e oportunidades que equilibram tradição e inovação na cidade, ou seja, há inovação, mas sem descartar a tradição. A nostalgia originada pelo passado e o legado da cidade não são amarras da cidade criativa, mas pontos de partida para as mudanças e o progresso” descreveu bem Ágatha Cristine Depine, advogada, pesquisadora, mestre e doutoranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pesquisa e escreve sobre conhecimento cívico, participação cidadã, governança nas cidades, políticas públicas, desenvolvimento sustentável e inovação urbana.

Goiás também caminha para criar lugares assim. No entorno do DF, uma área de  56 alqueires de área, o que corresponde a 6,5 quilômetros lineares e uma área de aproximadamente 2,35 milhões de metros quadrados de extensão, está sendo desenvolvido o Reserva do Vale, com capacidade para receber 50 mil moradores. O projeto traz elementos da cidade criativa no projeto. Disruptivo, ele irá revolucionar o futuro do imóvel.

“Por sua grande dimensão, o Reserva do Vale será um bairro com vida própria. É o maior projeto imobiliário da região, que inclui condomínios horizontais, parques, street malls. Ele traz uma junção de elementos de cidade inteligente e de cidade criativa, que serão utilizadas como ferramentas para transformar a forma que as pessoas vivem, moram, convivem e consomem”, define o especialista, que é  diretor comercial do bairro planejado.

Cleberson explica que a cidade inteligente usa infraestrutura e tecnologias, como a learning machine, e outras inovações para facilitar o dia a dia dos usuários do espaço. Já a cidade criativa estimula  o engajamento com a arte, cultura, a história, a gastronomia, a música e todas as formas de arte para criar ambientes mais harmônicos e sociáveis. Ela desperta o senso de comunidade e torna os cidadãos como protagonistas do lugar. “A cultura, a criatividade e o conhecimento são matérias-primas e os únicos recursos que não se esgotam. Quanto mais utilizados, mais se multiplicam e se renovam”, diz.

A vantagem, segundo Cleberson, é que as cidades criativas tendem a ser mais inclusivas e diversas. “Tudo isso pode levar a uma maior coesão social e a uma redução das desigualdades. Porque as cidades criativas são uma forma de transformar e impactar a vida das pessoas, promovendo a cultura, a economia criativa e a inclusão social.” acrescenta. Ele lembra ainda que uma cidade criativa desperta para a economia criativa forte, que pode gerar novas oportunidades de emprego e negócios, bem como aumentar a atração de investimentos para a região.

Unesco

Atualmente, a UNESCO conta com uma rede de 246 cidades criativas em áreas como: artesanato; artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, música e media arts. Algumas das principais cidades criativas do mundo incluem Buenos Aires (Argentina) na área de design, Sevilha (Espanha) na área de artesanato e artes folclóricas, e Melbourne (Austrália) na área de música.

No Brasil, também são consideradas criativas, a cidade de Recife, que recebeu recentemente o título de Cidade Criativa da Unesco,  na categoria Música. As demais cidades são: Belém (PA), Florianópolis (SC), Paraty (RJ) e Belo Horizonte (MG), no campo da gastronomia; Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE), em design; João Pessoa (PB), em artesanato e artes populares; Salvador (BA), na música; Santos (SP), no cinema;João Pessoa (PB), na área do artesanato e artes populares; e Campina Grande (PB), no campo das artes midiáticas.