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Operação recupera mais de R$ 15 milhões em defensivos agrícolas

A Polícia Civil de Goiás efetuou a prisão de seis pessoas, suspeitas de integrar uma organização criminosa, especializada em roubos, receptações e falsificações de defensivos agrícolas. As detenções ocorreram em Goiânia, durante a Operação Piratas do Campo, deflagrada pela Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar). Nas diligências, os policiais recuperaram mais de R$ 15 milhões em mercadorias.

Durante a ação foram apreendidos ainda nove veículos, dentre eles caminhões e micro-ônibus, além de maquinários para a falsificação de defensivos agrícolas. No decorrer da investigação, que durou mais de um ano, os policiais descobriram que a quadrilha roubava cargas de agrotóxicos de marcas reconhecidas internacionalmente. Em seguida os suspeitos acrescentavam etanol e corantes, multiplicando em até 20 vezes o volume dos produtos. As mercadorias eram reinseridas no mercado com embalagens, etiquetas e lacres que imitavam as originais.

Segundo o delegado Alexandre Bruno, titular da Decar, alguns dos integrantes do grupo eram de Minas Gerais e do Tocantins. “Conseguimos identificar que a sede da organização criminosa, dos receptadores, que são aqueles que alimentam a cadeia relacionada ao roubo de cargas, era em Goiás. Fizemos outros levantamentos e descobrimos que eles não só roubavam os defensivos agrícolas em rodovias, mas também em propriedades rurais”, informou.

Apenas em 2020 a Polícia Civil descobriu três grandes roubos praticados pela organização criminosa, em rodovias que cortam o Estado de Goiás. As diligências duraram 13 dias. Nesse período, as equipes ainda localizaram três galpões usados pelo grupo, para o armazenamento dos itens roubados. Em um deles, havia uma fábrica onde os produtos eram adulterados. Além dos defensivos agrícolas, os policiais encontraram nos galpões diversos outros materiais roubados.

Entre eles, medicamentos veterinários, produtos de gêneros alimentícios, aço para construção civil, bebidas, sementes, motores para irrigação rural, dentre outros. “Tem uma carga de molho de tomate, uma marca que só é vendida em São Paulo. Lá haviam 12 toneladas desse produto e que seriam revendidos em supermercados de Goiânia. Tem também muitas toneladas de ferros de construção civil, uma carga de copos de vidro e que também seria revendida a distribuidoras e atacadistas na capital e em Anápolis”, disse.

Ainda de acordo com o delegado, a suspeita é de que o grupo tenha optado por expandir o esquema criminoso, passando também a atuar com o roubo, furto e receptação de outras mercadorias. “A princípio nós achávamos que eles tinham roubado a carga errada, só que essas organizações criminosas são extremamente preparadas e elas tem informação da fonte de onde parte essa mercadoria. Eles vão na carga certa. Então o negócio deles estava indo muito bem e eles resolveram ampliar o leque de ação”, destacou Alexandre Bruno.

Segundo a investigação, os organizadores e líderes do esquema seriam, em grade parte, donos de gráficas, fabricantes de embalagens e tampas, empresários do ramo de compra e venda de agrotóxicos. Um deles, que foi preso, gerenciava uma loja, em Goiânia. Ele seria o responsável por comercializar os produtos e lavar o dinheiro proveniente dos crimes. “Essa é uma loja de produtos veterinários e produtos relacionados à agricultura e que trouxe prejuízo aos produtores rurais e transportadores que ultrapassa o valor de R$ 30 milhões”, afirmou.

Entre os seis indivíduos detidos, estão ainda o principal articulador do esquema, dois proprietários de fazendas no estado, que guardavam as mercadorias roubadas, e químicos, que trabalhavam na adulteração e transporte dos produtos. A investigação deverá continuar, no intuito de localizar e prender outros membros da organização criminosa. “Já ouvimos algumas vítimas, vamos continuar ouvindo e provavelmente mais pessoas serão presas, incluindo empresários relacionados ao esquema e também os intermediadores dos furtos e roubos dessas cargas”, pontuou o delegado.

Ao final do trabalho investigativo, os materiais, veículos e cargas roubadas serão restituídos aos proprietários. A Operação Piratas do Campo contou com a participação de equipes da Polícia Técnico-Científica, da Secretaria de Economia do Estado, da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

Combate à impunidade e queda de roubo de cargas

O secretário de Segurança Pública do Estado (SSP-GO), Rodney Miranda, destacou, mais uma vez, a importante atuação das forças policiais, que foi essencial para desarticular essa, que é uma das maiores organizações criminosas que atuava em âmbito nacional. “Foi um trabalho de persistência e de inteligência policial na sua essência. Um trabalho com paciência, método, planejamento, com objetivo claro de desarticular toda a quadrilha. A competência da Polícia Civil de Goiás mais uma vez se sobressai”, ressaltou.

Segundo o chefe da SSP-GO, ações como essa contribuem para a redução contínua dos indicadores de criminalidade do Estado. “Não é atoa que hoje Goiás tem os menores seguros de transporte de cargas do Brasil. Isso é fruto da excelência do trabalho dos nossos profissionais de segurança pública. Apresentamos recentemente os números de redução da criminalidade e estamos com as demonstrações diárias dessa eficiência. Estamos combatendo o crime em Goiás em todas as frentes e com toda a liberdade que o governador Ronaldo Caiado nos dá”.

De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Odair José Soares, a operação auxilia ainda trazendo maior segurança às pessoas que vivem no campo. “Com essa ação estamos protegendo os nossos produtores, principalmente da área de agricultura, fechando um comércio que engana seus clientes, em uma operação exemplar. A Polícia Civil mais uma vez age pontualmente para destruir uma organização criminosa que tantos males causava ao estado de Goiás e também a outras unidades da federação”, disse.

Recentemente, a Secretaria de Segurança Pública divulgou a queda dos indicadores de criminalidade em Goiás. A redução das ocorrências de roubo de carga foi expressiva. Comparando os casos registrados em 2020, com 2018 (cenário encontrado pela atual gestão), a diminuição dessa natureza criminal foi de 62,8%. Os dados mostram avanço das forças policiais contra a criminalidade e mais tranquilidade ao cidadão goiano.

Comunicação Setorial Secretaria de Segurança Pública de Goiás