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Paralisação de caminhoneiros pode comprometer abastecimento local

O Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) tem se preocupado com os bloqueios realizados por caminhoneiros em diferentes estradas do Brasil. Para a entidade, a ação poderá causar um desabastecimento dos produtos que não são produzidos no Distrito Federal, especialmente nas áreas de alimentação, material de construção, gás e combustíveis.

“Os estoques são a reserva dos varejos e dos atacados. Durariam algumas semanas em caso de uma escalada do bloqueio, mas eventualmente começariam a faltar itens, especialmente os de maior giro”, informa Lysipo Gomide, presidente do Sindiatacadista/DF.

Gomide ainda reforça que o movimento tem aspecto isolado, sem apoio dos grandes transportadores e sem uma pauta do setor. A reivindicação apresentada, para ele, é mais patriótica, com descontentamento em relações às instituições. Portanto, para o sindicato, haverá a desmobilização do movimento.

“As paralisações prejudicam a chegada dos produtos. Nisso, criamos um cenário de desabastecimento em grande escala, o que traz pânico social, como já ocorreu anteriormente no país. É preciso ser cauteloso nesse aspecto. Estamos falando de vidas que serão afetadas amplamente, caso haja um aumento nessa mobilização”, informa.

O presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Leonardo Miguel Severini, também vê com preocupação os recentes bloqueios de estradas levados a cabo por caminhoneiros.

“Compreendemos o livre direito à manifestação por parte da categoria, porém, ainda que legítima, uma iniciativa como essa, que interrompe a circulação de gêneros de primeira necessidade, pode afetar sobremaneira a população em geral, especialmente os mais pobres, já tão penalizados pela pandemia, desemprego e insegurança alimentar”, afirmou.

Segundo ele, são esses os mais atingidos por qualquer paralisação que cause desabastecimento nas cidades brasileiras. “Vivemos um dos momentos mais críticos da história do Brasil, com um cenário de empresas fragilizadas pela pandemia e um grande número de trabalhadores sem perspectiva de emprego ou renda. Portanto, o esforço pela retomada econômica deve ser o grande objetivo da nação”, afirmou.

Para o líder empresarial, somos um país democrático, regido por uma Constituição. O diálogo, o entendimento e o equilíbrio entre os poderes da República precisam ser preservados, em nome da ordem social e pelo bem do país. “Quaisquer reivindicações têm seus canais legais e constitucionais para serem encaminhadas, pelo diálogo, não sendo necessário afetar a vida de milhões de brasileiros”, finalizou.

Sobre o Sindiatacadista/DF – O Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) representa todo o comércio atacadista de Brasília, entre os quais estão: gêneros alimentícios, autosserviço, autopeças, material de construção, drogas e medicamentos.  Ao todo, são, aproximadamente, 400 empresas representadas pela entidade sindical sem fins lucrativos. E, atualmente, sua base é composta de 187 empresas associadas.

Além de coordenar, proteger, apoiar, integrar e representar legalmente o segmento de atacado e distribuição em todo o Distrito Federal exerce um papel relevante no crescimento da representatividade de seus associados e parceiros. É filiado à Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD) e à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal.

A entidade é o elo entre o setor atacadista, governo, varejistas e a sociedade em geral, além de defender os interesses e anseios de seus associados, agregar forças na criação de melhorias e promover a integração da classe atacadista.