Um encontro para celebrar a parceria e fazer planos para o próximo ano. Essa foi a tônica da reunião entre o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, e o comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), coronel William Bomfim, para avaliar o trabalho de prevenção e combate aos incêndios florestais no Distrito Federal em 2020. O encontro ocorreu na manhã desta terça-feira (15), na sede da Sema-DF.
Neste ano, houve redução de 50% na área total queimada em unidades de conservação (UCs). “A parceria é de grande importância para a Sema e o Brasília Ambiental. O CBMDF realiza um trabalho de referência nacional e internacional”, afirmou Sarney Filho.
Pelo CBMDF, participaram também o tenente-coronel Deusdete Vieira de Souza Júnior, o tenente-coronel Genilson, comandante do Grupamento de Proteção Ambiental (Gpram), e a capitã Ana Rick, ajudante de ordem.
Embora os números tenham sido positivos nas áreas protegidas, no meio rural, em especial, os índices foram menores. Agora, o objetivo das duas instituições, no próximo ano, é intensificar os trabalhos para diminuir os focos de incêndio em todo o DF.
“O trabalho nas UCs foi de êxito. Os aceiros, a queima prescrita, a atuação dos 148 brigadistas contratados no período correto – portanto, antes do período crítico da seca e alocados em bases estratégicas – foram fundamentais para o resultado que obtivemos. Além das iniciativas em educação ambiental, que neste ano foram um pouco prejudicadas devido à pandemia, mas que não deixaram de acontecer”, observou.
“Atuamos há muitos anos em favor do meio ambiente no DF e queremos aprimorar cada vez mais esse trabalho conjunto”William Bomfim, comandante do CBMDF
Para o comandante Bomfim, o alinhamento entre os brigadistas contratados e o Corpo de Bombeiros é fundamental para facilitar as ações. Ele convidou o secretário da Sema para visitar as instalações do CBM e, também, fazer um voo panorâmico em uma das aeronaves de combate ao fogo. A agenda pode ser cumprida ainda neste ano. “Atuamos há muitos anos em favor do meio ambiente no DF e queremos aprimorar cada vez mais esse trabalho conjunto”, declarou.
A estratégia de atuação foi articulada no âmbito do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIF), coordenado pela Sema e executado em parceria com outros órgãos do GDF. As ações nos parques e UCs resultaram, em 2020, na abertura de 25 aceiros (retirada do material combustível – no caso, a vegetação seca –, impedindo que o fogo se alastre) e cerca de 4,6 mil hectares de queima prescrita (fogo controlado de áreas) em todas as UCs e no Parque Nacional de Brasília.
Decreto
A coordenadora do PPCIF na Sema, Carolina Schubert, citou a importância do Decreto de Emergência Ambiental, assinado pelo GDF. “Outros estados deixaram para decretar a emergência depois da ocorrência do dano. Aqui, isso foi feito em abril e se estendeu até novembro, o que nos deu várias possibilidades de aplicação de políticas públicas na área”, explicou.
“Vamos começar a fiscalizar a aplicar multas aos infratores e utilizaremos tecnologias de georreferenciamento para identificar as ocorrências”Sarney Filho, secretário de Meio Ambiente
A medida determina a atuação integrada dos 17 órgãos que integram o plano e, ainda, a prontidão do Corpo de Bombeiros do DF, bem como autoriza a contratação dos brigadistas, entre outros pontos. Na reunião também foi programada reunião com outros estados que já manifestaram interesse no modelo adotado pelo PPCIF no DF.
De acordo com ela, os bombeiros foram chamados para atuar junto aos brigadistas em casos de incêndios de proporções maiores. Os demais focos, os brigadistas contratados, por estarem distribuídos em 16 bases próximas ou dentro dos parques, conseguiram conter.
O DF também não registrou incêndios de longa duração. O trabalho de combate se mostrou efetivo, ainda, devido aos equipamentos disponibilizados tanto aos brigadistas, quanto os utilizados pelo Corpo de Bombeiros, incluindo aeronaves.
Multa
Na reunião, Sarney Filho propôs que a estratégia de prevenção e o combate, também com a participação da Sema, possa ocorrer em áreas fora das unidades de conservação. “Principalmente na zona rural, onde há a ocorrência do fogo sem autorização prévia do Brasília Ambiental. No próximo ano, vamos alertar que agir dessa forma implica em crime ambiental. Vamos começar a fiscalizar a aplicar multas aos infratores e utilizaremos tecnologias de georreferenciamento para identificar as ocorrências”, avisou.
Também no intuito de melhorar o trabalho em 2021, o secretário informou que já está em estudo a proposta da contratação dos brigadistas por meio de empresa privadas especializadas. De acordo com ele, o Brasília Ambiental, que vem formalizando a contratação, não tem estrutura suficiente para gerir todas as etapas do processo, o que acaba drenando o potencial de atuação do órgão.
* Com informações da Secretaria de Meio Ambiente
AGÊNCIA BRASÍLIA * | EDIÇÃO: FÁBIO GÓIS