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Pesquisa Datafolha aponta que 80% dos alunos das redes públicas da região Centro-Oeste recebem algum tipo de atividade não presencial durante a pandemia

  • Estudo foi encomendado ao Datafolha pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, com objetivo de fornecer às redes de ensino dados e evidências que ajudem na estratégia da oferta de atividades não presenciais aos alunos na pandemia.
  • Maior parte dos alunos acessa as atividades que são ofertadas por meio de algum equipamento tecnológico (internet pelo celular ou computador, TV ou rádio). No Centro-Oeste, segundo os pais ou responsáveis que responderam à pesquisa, 84% dos estudantes estão fazendo a maioria das atividades escolares.
  • No Centro-Oeste, do ponto de vista dos pais ou responsáveis, 53% acredita que o aprendizado das crianças e jovens está evoluindo, enquanto 56% veem motivação dos alunos nas aulas. Porém, 29% temem que o aluno desista da escola se não conseguir acompanhar as aulas em casa e metade considera muito difícil para as crianças sob sua responsabilidade manter rotina de estudos. Esta dificuldade de acompanhamento está relacionada principalmente à falta de tempo dos adultos e à dificuldade para que eles expliquem as matérias.

Pesquisa da Datafolha, encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, mostra que em menos de três meses de pandemia, é possível afirmar que 80% dos estudantes das redes municipais e estaduais do Centro-Oeste estão recebendo algum tipo de atividade para fazer em casa. No Brasil, a média é de 74%.

Foram efetuadas 1.028 entrevistas com pais ou responsáveis por 1.518 estudantes da rede pública em todo o Brasil. A margem de erro máxima para o total da amostra é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. A pesquisa quantitativa teve abordagem telefônica, a partir de sorteio aleatório de números de telefones celulares, e foi realizada entre os dias 18 e 29 de maio de 2020.

No Centro-Oeste, o acesso aos conteúdos se dá principalmente pela internet por meio de computador ou celular (68%), por videoaula gravada (29%) e pela televisão (7%). Apenas 1% informaram ter acesso só por material impresso e 1% por rádio.

“O material não substitui de nenhuma maneira o professor ou a interação social que a escola proporciona, mas mostra como a tecnologia pode ser uma boa aliada na educação”, diz Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann.

“Essa é a primeira de uma série de três pesquisas que têm por objetivo apoiar os gestores públicos com dados e evidências para um melhor planejamento das suas ações na pandemia. Os desafios são muitos, tanto dos estudantes quanto dos professores e gestores, que precisam pensar em novas formas de ensino-aprendizagem para manter a motivação dos estudantes e evitar o abandono escolar”, diz Angela Dannemann, do Itaú Social.

Como as crianças estão estudando em casa?

A rotina dos estudantes em casa foi outro ponto abordado com pais e responsáveis. 84% dos alunos do Centro-Oeste estão fazendo a maioria das atividades enviadas pela escola, média um pouco superior a nacional, de 82%.

Na região, entre os principais entraves das atividades do dia a dia da educação remota estão a dificuldade dos pais para acompanhar os alunos (38%), dificuldades no aprendizado (14%) e a falta de interesse no conteúdo (13%).

A pesquisa mostra, ainda, que, no Centro-Oeste, 53% dos pais ou responsáveis dos alunos que receberam algum material acredita que o aprendizado está evoluindo em casa, enquanto 54% veem motivação dos alunos nas aulas. Porém, 29% temem que o aluno desista da escola se não conseguir acompanhar as aulas em casa e metade considera muito difícil para as crianças sob sua responsabilidade manter rotina de estudos. Esta dificuldade de acompanhamento está relacionada principalmente à falta de tempo dos adultos e à dificuldade para que eles expliquem as matérias.

Equipamentos usados pelos estudantes

Outro ponto importante apontado é o acesso dos estudantes aos equipamentos eletrônicos. A maioria das famílias no Centro-Oeste (94%) possui telefone celular. 54% afirmam ter computador e 55% televisão com internet.  6% não têm nenhum equipamento.

No Centro-Oeste, 65% dizem ter banda larga, assim como na região Sudeste. Já nas regiões Norte e Nordeste, apenas 37% e 53%, respectivamente, declararam possuir internet. No Sul, o índice é o mais alto do país, onde 71% responderam ter acesso.

PERFIL – PESQUISA – NACIONAL

Perfil dos estudantes

  • Gênero

47% feminino

53% masculino

  • Por Ciclo escolar

44% no EF1

36% no EF2

20% no Ensino Médio

  • 5% tem algum tipo de deficiência
  • Cor declarada

55% negros

37% brancos

2% amarelos

2% indígenas

4% outros

Perfil dos Responsáveis

  • Idade

4% de 18 a 24 anos

30% de 25 a 34 anos

41% de 35 a 44 anos

22% de 45 a 59 anos

2% mais de 60 anos

  • Parentesco

64% mãe

23% pai

5% avô/avó

5% tia/tio

3% irmão/irmã

3% padrasto/madrasta

  • Cor declarada

59% negra

32% branca

3% amarela

2% indígena

4% outros.

  • Renda das famílias

73% até dois salários mínimos

13% de 2 a 3sm

7% de 3 a5 sm

3% de 5 a 10 sm

1% mais de 10 sm

2% recusa/não sabe

  • Renda na pandemia

55% teve a renda reduzida

33% ficou igual

11% a renda aumentou

  • Residência

35% vivem em capital ou região metropolitana

65% no interior

  • Crianças ou adolescentes em idade escolar por residência

61% um estudante

30% dois estudantes

17% três ou mais estudantes

(média de 1,5 estudantes por residência)