Após o massacre em Suzano, surgiram informações que os atiradores apreciavam jogos on-line e não demoraram a surgir vinculações entre a violência e o hábito da descontração. “É um contexto delicado colocar os jogos como vilão principal, pois o contexto é maior, pois vivemos em uma sociedade extremamente violenta então a maior violência não se encontra nos jogos”, afirma a psicóloga Wilsa Ramos, doutoranda em cultura digital. A pesquisadora lamentou a fala do vice-presidente Hamilton Mourão que chegou a criticar os games. A professora Wilsa Ramos, que estuda os efeitos das novas tecnologias no processo de desenvolvimento humano e como potencializar essas tecnologias na aprendizagem, concedeu entrevista à Agência de Notícias UniCEUB
Até que ponto os videogames podem influenciar no comportamento de alguém, e se existe algum estudo sobre isso?
Wilsa Ramos – É um contexto delicado colocar os jogos como vilão principal, pois o contexto é maior, pois vivemos em uma sociedade extremamente violenta então a maior violência não se encontra nos jogos.
A geração de hoje pode estar mais violentas por conta dos jogos online?
Wilsa Ramos- Não,Vivemos em uma sociedade violenta e essa violência não se encontra em lugar só da sociedade e com a cultura digital essa violência está muito mais exposta atualmente.
A mídia tradicional do entretenimento como a televisão por exemplo está perdendo espaço hoje é um dos culpados são os videogames o senhora acha que quando a esse tipo de massacre a mídia tradicional tende a culpar os videogames em vez de puxar a discussão para outro ponto como a estrutura familiar por exemplo?
Wilsa Ramos – Não, porque a Televisão e rádio hoje estão convergindo com todas as outra formas de tecnologia.
A estrutura familiar de um indivíduo não pode influenciar muito mais que os videogames isso se os videogames realmente influenciam em algo nesse caso ?
Wilsa Ramos – Sim, a família é importante para o desenvolvimento do jovem porém a questão maior é que os contexto para o desenvolvimento do indivíduo o real problema é quando o indivíduo se fecha na sua solidão.
Por Guilherme Fonseca
Foto: Agência Brasil
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira