Um dos equipamentos públicos mais importantes para quem transita pela saída Norte do Plano Piloto de Brasília está finalmente liberado para o completo tráfego de veículos. Já se encontra em funcionamento uma nova Ponte do Bragueto, restaurada, ampliada e preparada para receber os milhares de veículos que passam por ali indo ou voltando do Lago Norte, do Colorado, de Sobradinho ou de Planaltina.
Após sete meses de interdição parcial do trânsito para a execução da obra de remodelação do elevado, o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) chega a 95% do trabalho concluído, cumprindo o compromisso do governador Ibaneis Rocha de qualificar a malha viária de Brasília. Foram finalizados os serviços de recapeamento asfáltico, de iluminação, a execução da sinalização horizontal e a instalação de guarda-corpos.
Em 59 anos de construção, essa foi a primeira grande intervenção na passagem aérea de 180 metros de comprimento e 32 metros de largura. A ponte está sendo totalmente restaurada desde a sua fundação até a estrutura das vigas e lajes. A reforma teve início em julho de 2019, mas só em outubro o trânsito precisou ser parcialmente interrompido. Na época, as duas pontes novas, paralelas ao elevado, já estavam prontas e em pleno funcionamento desde junho daquele ano.
Reforço dos pilares
Mesmo com os carros trafegando sobre a ponte, o DER-DF seguirá com a execução dos 5% restantes e que compreendem intervenções na área externa e inferior do elevado. Isso inclui o reforço de quatro pilares submersos, o lixamento e a lavagem da estrutura com hidrojateamento e a aplicação de verniz.
Segundo o diretor-geral do DER-DF, Fauzi Nacfur Júnior, a liberação do fluxo de automóveis reforça, mais uma vez, o compromisso da atual gestão com a segurança, o conforto e o pensamento em alternativas viárias para quem transita pelas vias de Brasília. “De dez anos para cá, a Ponte do Bragueto era objeto de preocupação em função da sua vida útil e possíveis problemas estruturais”, explica. “Houve quem falasse em risco de desabamento. Mas, por meio de um grande projeto que envolve o Trevo de Triagem Norte, vamos liberar com segurança para todos essa obra que já tem melhorado muito a ligação da saída Norte de Brasília.”
Sem retenções
Há 15 anos, o empresário Fábio Yepes Dória, de 53 anos, já sente as melhorias ao passar pela ponte entre o Núcleo Rural Jerivá, onde mora, e a Asa Norte, onde tem um escritório. Para ele, “a grande sacada” da nova Saída Norte é separar as pistas para quem se dirige a regiões como Sobradinho, Planaltina ou mesmo a Formosa (GO), bem como de quem segue para o CA do Lago Norte e condomínios.
Ele lembra já ter voltado para o trabalho, entre as 17h30 e as 20h30, só para não ficar horas preso no trânsito. Agora diz estar bem mais animado em passar por lá. “É uma ponte que ficou abandonada muito tempo e agora tem um destino fantástico com essas obras de alargamento e construção de novas faixas e de conservação da ponte antiga”, destaca.
Além das retenções quilométricas do trânsito nos horários de pico, passar pela ponte do Bragueto deixava inseguro Marco Túlio Ortiga. Aos 55 anos, o empresário do ramo de bares e restaurantes é morador do Lago Norte e conta que transitava com intranquilidade pelo equipamento quando ia e voltava do trabalho para casa.
“A gente que, anos atrás, passava todos os dias por ali, tinha a nítida impressão de que a ponte iria ruir, com ondulações no parapeito, sem contar as placas de metal que causavam trepidação, colocadas em pontos da pista para suprimir determinados buracos”, relata.
Trevo de Triagem Norte
A Ponte do Bragueto compõe o Trevo de Triagem Norte (TTN). Toda a estrutura viária da região, que compreende 15 obras de arte – sendo três pontes e 12 viadutos – foi rebatizada. Juntamente com o trecho que liga o balão do Torto ao Colorado, o conjunto leva agora o nome de Complexo Viário Joaquim Roriz. O decreto com a mudança foi publicado no Diário Oficial do DF (DODF) em 4 de fevereiro deste ano.
Iniciada em 2014 e retomada em 2016, a obra no TTN, orçada em aproximadamente R$ 128 milhões, está com 98% dos serviços já realizados. Além da construção das pontes e viadutos, foram executadas a terraplenagem, a pavimentação e drenagem profunda – que é a colocação de tubulação e bueiro – e a implantação de três quilômetros dos cerca de nove quilômetros previstos de ciclovias.
Origem do nome
A ponte construída sobre o Lago Paranoá para ligar a Asa Norte à Saída Norte de Brasília foi inaugurada em 1961, batizada com o nome da empresa construtora do equipamento: a Braghetto, que executou a obra por licitação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). A conexão viária é feita em concreto protendido – quando é estruturada em um grande vão com uma protensão de aço sem pilares de sustentação no meio.
* Com informações do DER-DF
HÉDIO FERREIRA JÚNIOR, DA AGÊNCIA BRASÍLIA*