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Prefeitura de Goiânia não autoriza volta do comércio

Medida esperada por muitos comerciantes da capital, o Comitê de Crise da Pandemia de Coronavírus da prefeitura de Goiânia decidiu não liberar a volta do comércio na cidade. A medida, que afeta cerca de 45 segmentos, acata sugestão da Secretaria Municipal de Saúde, que ainda vê riscos de disseminação do coronavírus caso as atividades fossem retomadas.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec), Walisson Moreira, esteve no telejornal TBC 1 da TV Brasil Central para falar sobre o assunto. Em entrevista à apresentadora Danila Bernardes, ele abordou as especificidades de alguns segmentos e afirmou que a medida vale até a próxima reunião semanal do colegiado que gerencia a crise provocada pelo novo vírus na capital, marcada para a próxima segunda-feira, 4 de maio.

Confira os principais tópicos da entrevista:

Avaliações por segmento

“A prefeitura criou um fluxo de trabalho para avaliar se abre ou não abre alguns segmentos do comércio, indústria e serviços. Quem quer retomar, faz uma solicitação para a Sedetec. Além da nossa secretaria, que faz a análise econômica do caso, o pedido passa também pela Secretaria Municipal de Saúde, que faz a avaliação epidemiológica, risco de contágio etc. Com esses dois resultados, nós levamos para o Comitê de Crise, formado pelo prefeito e secretários. Já recebemos pedidos de 45 diferentes segmentos e todos estão sendo avaliados.”

Testes

“Não há uma negativa individual, por segmento. A decisão de momento é geral, não estamos flexibilizando para nenhum segmento, porque na visão da Secretaria Municipal de Saúde a nossa condição de transmissão do vírus é boa em relação a outras capitais, mas tem piorado nos últimos dias. Na semana que vem, a prefeitura vai receber milhares de testes rápidos e eles serão aplicados em regiões estratégicas da cidade. Com isso nós teremos mais informações e talvez possamos flexibilizar o funcionamento de alguns segmentos.”

Bares e restaurantes

“Para encontrar esse ponto de equilíbrio entre economia e saúde, nós estamos conversando com todos os segmentos que realizam as solicitações de reabertura. No caso dos bares e restaurantes, como dos demais, nós avaliamos todos os aspectos econômicos, a quantidade de funcionários que será beneficiada com essa volta, quantidade de clientes, o impacto no transporte público, enfim, tudo para entender em detalhes e fazermos um cronograma de liberação. Os bares e restaurantes entendem que existem outros segmentos com prioridade maior de voltar, mas eles estão dispostos a seguir as normas que a Secretaria Municipal de Saúde definir para poder voltar, mesmo que parcialmente.”

Feiras

“Feiras especiais, como a Feira Hippie e as de roupas, infelizmente também precisarão aguardar. Isso porque elas diferem das feiras de hortifrutis, liberadas por decreto do governo do Estado. A prefeitura tem seguido à risca os decretos do governo do Estado, de forma alinhada até. Temos vários pedidos dessas feiras especiais e estamos estudando a possibilidade de ou voltar parcialmente ou a prefeitura ajudar os feirantes com alguma medida de assistência.”

Shoppings e academias

“Shoppings e academias são os dois segmentos que mais estão nos cobrando a reabertura. Alguns shoppings até retomaram parcialmente, tomando medidas de precaução como atendimento por drive thru e tapetes de entrada para higienizar o ambiente. São adaptações necessárias porque não sabemos o momento da volta e mesmo quando voltar, não voltará como era antes. Vai voltar aos poucos e com medidas para não aumentar a contaminação. Mesmo não liberando esse segmento agora, quando isso acontecer, eles estarão preparados para isso. Já academia, nós não podemos olhar tudo como uma coisa só, existem diferentes tipos. Uma academia de balé, por exemplo, tem um risco de contágio menor do que a academia de musculação. Estamos avaliando e talvez seja possível liberar algumas antes e outras depois.”

Empregos

“Temos percebido um aumento do número de pessoas pedindo seguro-desemprego no Sine Municipal. Mas ainda não observamos uma demissão em massa na cidade, em muito devido às medidas federais de flexibilização de contratos e jornada de trabalho. Nesse instante está assim, mas isso é uma preocupação nossa. Acredito que as próprias empresas também estão esperando as definições dos governos, tanto federal, como prefeitura e Estado para poder ver o que pode ser feito. “

Escalonamento de horário de trabalho

“Estamos monitorando por pesquisas dentro dos terminais de ônibus. São pesquisas feitas com os usuários do transporte público para saber para onde estão indo e qual o horário que eles entram no trabalho. E o que percebemos é que tanto os funcionários quanto os empresários ainda não tomaram conhecimento em massa do decreto que flexibiliza esse horário de entrada do trabalhador no seu emprego. Como o decreto é muito recente, nós acreditamos que com o trabalho da Central de Fiscalização, nós conseguiremos conscientizar o empresariado a se adaptar às cinco sugestões de horários de entrada dos funcionários estabelecidas no decreto. Porque os dados de ontem (quarta-feira) mostram que pelo menos metade das pessoas continua entrando no mesmo horário que entrava antes. Nos próximos dias teremos a informação sobre a efetividade do decreto. Caso as empresas não estejam colaborando, podemos revisar o decreto para torná-lo um pouco mais duro, punitivo mesmo, fazendo com que a Central de Fiscalização possa agir de forma mais incisiva, gerando multa ou até, em casos extremos, fechar o estabelecimento.”

Retomada

“Nós contamos com apoio de algumas instituições especializadas em inovação, como o Sebrae. Estamos próximos também da Fieg, da Acieg, que são organizações que nos ajudarão na retomada da economia. Serão ações que vão desde a capacitação de pessoas, porque a realidade será diferente, até capacitações específicas para empresas, como lidar com fluxo de caixa, enfim. Mas nós já estamos nos movimentando para ajudar as empresas.”

ABC Digital