Moradores da comunidade rural Água Branca, de Silvânia (GO), receberam nesta quinta-feira, 12 de março, os certificados pela participação do curso de Educação ambiental e geração de renda: Processamento artesanal de milho. A capacitação foi realizada pela Corumbá Concessões, gestora da Usina Hidrelétrica de Corumbá IV, em parceria com o Senar Goiás, no final de fevereiro, com a participação de 13 pessoas.
O objetivo do curso foi agregar novos conhecimentos aos moradores da comunidade, que já desenvolvem outras atividades, como produção de leite, queijo e outros derivados do leite, visando ao aumento da renda familiar. Os participantes aprenderam técnicas de processamento do milho verde e maduro para o preparo artesanal de diversos alimentos, tais como pamonha, pudim, sorvete, curau, bolo, pão, rissole, farinha e pratos salgados.
A técnica do Senar, Seforah Jacob, ministrou o curso e começou contando a história do milho, que significa “sustento da vida”. Segundo ela, esse alimento já era consumido pelos índios da Ilha do Caribe e a sua importância foi divulgada pelo descobridor da América, Cristóvão Colombo. O cultivo do milho se espalhou e é hoje um dos alimentos mais consumidos no mundo. O cereal é rico em carboidrato, proteínas, possui baixa quantidade de gordura e o seu consumo é importante para a saúde humana e animal por ser fonte de fibras, fósforo, magnésio, zinco e vitamina B1, atuando na prevenção de doenças.
Receitas
Maria de Jesus de Paula Morais, que participou ativamente dos quatro dias de curso (26 a 29 de fevereiro), disse que ficou entusiasmada com o que aprendeu. “Tudo o que foi ensinado foi maravilhoso e o que mais me chamou a atenção foi a produção da Chica doida, uma receita preparada com massa de milho e recheada, em camadas, com linguiça e carne moída”, comentou.
Ela disse que já trabalha com a produção de marmita para atender a trabalhadores de uma lavoura próxima, e que agora, vai agregar novos pratos ao serviço. Após o aprendizado, Maria de Jesus e o marido Manoel Evânio Rodrigues de Morais já têm planos de médio prazo: “Ele trabalha numa lavoura de soja e está pensando em comprar algumas vacas para fazermos queijo, doce de leite, e produzir alimentos do milho, que aprendemos no curso.”
Para trabalhar com o leite, ela disse que vai contar com a experiência do filho, Kelvin Morais, que produz e comercializa queijos e doces em Silvânia e na região. “Aqui em Água Branca não existe competição. Cada família faz uma coisa, trocamos informações, experiências e dicas. Uns vendem, outros produzem para consumo próprio, mas tudo é feito dentro de um espírito de união”, disse.
“Eu adorei o curso. A gente aqui na comunidade já produz alimentos básicos à base de milho, mas não sabíamos, por exemplo, como aproveitar o bagaço, que dávamos para os animais da fazenda”, disse Maria Marciana Canedo. Além de aprender a preparar bolinhos com o bagaço do milho, Marciana disse que ficou “encantada” com tanta variedade de pratos, destacando a farinha, feita com a espiga madura. Ela elegeu como o preferido o pão de fubá trançado, que durante o curso foi preparado com recheio de goiabada e queijo.
Na propriedade, a família cria porcos, galinhas e 15 vacas, sendo a carne e o leite para o próprio consumo e fabricação de queijos, doces etc. “Dependendo da produção de leite, vendemos alguns produtos. Com o curso, estamos pensando em agregar o que já fazemos a produção de pão de milho, para termos uma renda extra”, finalizou.
Ana Guaranys
Corumbá Concessões