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Produtores da agricultura familiar recebem a primeira orientação do projeto Mãos Produtivas sobre piscicultura

Produtores rurais da comunidade Pontezinha, em Santo Antônio do Descoberto, foram orientados pelos técnicos da Cooperativa Coopindaiá sobre o tema Recria e engorda de peixes, que o projeto Mãos Produtivas – comércio institucional de alimentos na agricultura familiar, da Corumbá Concessões – empresa gestora da Usina Hidrelétrica Corumbá 4, realizou nos dias 17 e 18 de março.

O objetivo do curso foi capacitar tecnicamente os produtores da comunidade para que possam desenvolver a piscicultura visando à geração de renda que é o intuito principal deste projeto pensado pela empresa. Entre os moradores de Pontezinha, cerca de dez famílias criam peixes para consumo próprio e outras famílias vão começar do zero e construir tanques. Com o aprendizado, eles estarão capacitados a produzir peixes comercialmente para a venda institucional em escolas do município e de Brasília.  

A parte teórica foi ministrada pelo professor de curso técnico de Piscicultura, Iris Guimarães, de Silvânia, e aconteceu na sede da associação Corpo. Ele estimulou os participantes mostrando números positivos da piscicultura no mundo e no Brasil, com foco na tilápia. O cenário da piscicultura no país sempre foi favorável, devido ao clima e à água em abundância, e o mercado é atrativo e lucrativo”, disse. Segundo ele, a China é líder mundial em pescado de tilápia e, no Brasil, essa espécie é cultivada há mais de 30 anos e se adaptou muito bem, especialmente no Paraná, ocupando a 4ª posição mundial.

Informações sobre algumas espécies nativas do Brasil, como tambaqui, pacu e pirapitinga, foram abordadas durante o curso. Para o professor Iris Guimarães, a produção comercial de peixe é fácil, se forem levados em conta o conhecimento técnico, desde a construção de tanque escavado, com o uso de máquinas apropriadas, o manejo e a época certa da retirada dos animais para o abate.

Quanto aos moradores de Pontezinha que já possuem seus tanques de peixe, o professor explicou que eles deverão fazer algumas adaptações e aplicar as técnicas ensinadas: A preparação para o peixamento, aplicação de calcário, adubação orgânica na água, assepsia e reutilização do tanque, monitoramento da qualidade da água, entre outros cuidados.

Prática

A parte prática do curso foi coordenada pelo técnico agrícola do Mãos Produtivas, Cássio Meireles, no segundo dia. Pela manhã e à tarde, foram realizados testes de qualidade da água em poços de seis propriedades, com o uso de um kit doado pela Corumbá Concessões, contendo medidores para verificar o Ph, a alcalinidade, a turbidez, o nível de nitrito e a oxigenação da água, entre outros. O kit ficará na sede da Associação Corpo, para que os moradores já capacitados repitam os testes semanalmente em seus tanques.

Segundo Cássio Meireles, os participantes do curso estão bastante interessados no cultivo comercial de peixes, cientes de que a atividade tem boa lucratividade. Eles vão focar na criação de tilápia que tem produção mais rápida que outras, de seis em seis meses. “Os produtores cultivam frutas e verduras para venda nas escolas de Santo Antônio do Descoberto, dentro do Mãos Produtivas, que abre mais uma porta para que eles tenham uma renda extra”, comentou Cássio Meireles.   

“Nós trabalhamos com as comunidades rurais do entorno do reservatório para atender a nossa Licença de Operação, e o objetivo da empresa é capacitar os ribeirinhos para aumentar a produtividade da propriedade. A comunidade tem afinidade com a agricultura e com a criação de peixes e nós estamos estimulando essa atividade”, comentou a analista ambiental da Corumbá Concessões, Marinez de Castro.

Adaptações

Izabel Pereira Souza e o marido Leomar P. Braga criam tilápia e tambaqui, há cinco anos, para consumo próprio. Para ela, o curso foi de grande proveito. “O manejo de peixes é fácil e gratificante. Nós mantemos boa a qualidade da água dos dois tanques, os peixes crescem normalmente, mas algumas orientações foram novidade para nós”, disse. O casal não sabia que não é recomendável tomar banho no poço, mesmo sendo a água limpinha, pois, quando o fundo é agitado, há liberação de um gás tóxico prejudicial aos peixes. Izabel e Leomar se preparam para fazer algumas adaptações nos tanques e estão na expectativa de começarem a produção comercial.

Ana Guaranys