Na entrada, dadinho de tapioca com geleia de pimenta. O prato principal tinha massas ao molho pesto e funghi, com filé mignon. Na sobremesa, bolo brownie com sorvete de creme. Mas o que importa realmente nesse menu é a integração proporcionada. Os chefs eram seis cozinheiros com síndrome de Down ou distúrbio de aprendizagem. Eles fazem parte de um projeto de inclusão do Programa de Integração Social Maria Montessori (PRISMA), responsável por proporcionar um curso para jovens adultos com algum tipo de limitação. Os pratos foram demonstrados no Restaurante Oliver, no Lago Sul.
A iniciativa
Segundo a fundadora do projeto Prisma, Leilah Neme, a ação desenvolve um trabalho de integração social, no qual os jovens participam de atividades que trabalham o desenvolvimento motor, intelectual e pedagógico. “Eles fazem educação física, responsável por toda a parte muscular necessária. E também têm aulas de artes e oficinas, nas quais eles criam obras para expor em uma feira que vai acontecer no final do ano”, destaca a psicopedagoga.
A metodologia utilizada pelo projeto é a “montessoriana”, que visa ao desenvolvimento de crianças e jovens por meio de princípios como liberdade e autonomia física e intelectual. A psicopedagoga explicou que esse processo é importante para que os alunos possam ter uma vida plena e independente.“Tudo isso é para que eles tenham condições de ingressar na sociedade de forma mais natural possível. Existe uma dificuldade, porém se a sociedade ajudar e os receber, eles têm condição de viver tranquilamente. E no programa, a gente oferece essas oportunidades”.
Leilah Neme ressaltou que devido ao progresso do trabalho, a inclusão já não compreende totalmente as necessidades dos jovens. “Agora que são adolescentes, é necessário que eles tenham um grupo próprio. Pois, já têm outros interesses como começar a namorar, por exemplo. Por isso, a inclusão não é o ideal neste momento”, afirma.
Os chefs de cozinha
O grupo formado por Ana Paula, 17, Flávia Bertozzi, 20, Gabriel Lima, 21, Ian Santana, 22, João Victor, 22, e Vitória de Mesquita, 20, foi responsável pelo jantar. Devido ao fato de estar acostumada a preparar as refeições servidas, a jovem Ana Paula, que tem a Síndrome de Down, garantiu que ama cozinhar. “Gosto de fazer macarrão, molho pesto, brownie com sorvete, praticamente tudo. Além disso, a jovem destacou a importância que a mãe teve no começo da oficina. “A minha mãe sempre me incentivou a fazer aula de culinária, porque ela diz que é muito importante”.
Por João Paulo de Brito
Fotos: Henrique Kotnick
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira