A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) lançou neste domingo (1º/12), a campanha Dezembro Vermelho, que marca o Dia Mundial de Luta contra a Aids. A data foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é celebrada anualmente desde 1988 no Brasil.
Ao longo do mês, serão realizadas diversas ações para reforçar a importância do combate e prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
O Brasil enfrenta uma epidemia de HIV e Aids desde a década de 80, com um total de 1.124.063 casos de infecção por HIV entre 1980 e junho de 2023.
Em Goiás, segundo o Boletim Epidemiológico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (Subvs) da SES-GO, foram notificados 7.896 casos de infecção pelo HIV em pessoas com idade acima de 13 anos, entre janeiro de 2020 e agosto de 2024. O maior percentual de casos foi observado em pessoas de 20 a 29 anos, do sexo masculino. Nesse mesmo período foram registrados 1.344 óbitos por Aids no estado.
De acordo com a assessora técnica da Subvs/SES, Cristina Laval é muito importante que estados e municípios implementem ações de prevenção e controle, que envolvem a testagem para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
“O HIV é uma infecção crônica que não tem cura, mas que tem tratamento e a pessoa em tratamento, se torna indetectável, não sendo transmissível. Então, é muito importante que tudo que seja possível, dentro da política pública de combate a Aids, seja implementado por estados e municípios”, pontuou a assessora técnica da Subvs/SES, Cristina Laval.
Ações
Ao longo do mês, a SES-GO e as unidades de referência para o tratamento da doença, realizam uma série de ações para levar conscientização à população sobre a importância da prevenção, diagnóstico, tratamento e da proteção dos direitos das pessoas vivendo com HIV.
Neste domingo, o Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-SOL) e o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) realizaram o 1° Passeio Ciclístico e Caminhada – Um por todos e todos contra a Aids. O evento, que abriu a programação do Dezembro Vermelho, reuniu quase 300 pessoas, num percurso de 2,4 quilômetros, ao redor do Parque Areião, em Goiânia.
Nesta terça-feira (03/12), o Ceap-Sol, a Superintendência de Atenção Integral à Saúde (Spais) e a Subsecretaria de Vigilância em Saúde (Subvs) da SES-GO promovem o Dia D do Dezembro Vermelho, com a oferta de diversos serviços em saúde, como:
- exames de ecocardiograma,
- ultrassonografia,
- testagem para HIV/Aids e Hepatites A e B,
- aferição de pressão,
- teste glicêmico,
- consultas médicas com infectologista,
- avaliação nutricional,
- avaliação fisioterapêutica,
- além de atendimentos psicológico e social.
O evento contará também com a presença da unidade móvel do Hemocentro, realizando coleta de sangue das 08 às 16 horas. O agendamento pode ser feito via WhatsApp (62) 3201-9282. A cerimônia de abertura ocorre às 09 horas e terá ainda na programação um culto ecumênico e a apresentação da banda marcial da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO).
Na ocasião também será apresentado o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, elaborado pela Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis da SES, por meio da Coordenação de Vigilância das ISTs. O Dia D, que marca o aniversário de 29 anos do Ceap-SOL, ocorre das 08 às 17 horas e é aberto ao público.
As equipes técnicas da SES-GO também realizarão ações de testagem rápida para ISTs (HIV, sífilis e hepatite B) e entrega de insumos:
- no Serviço Social da Indústria da Construção (Seconci), na segunda-feira (09/12) no período da manhã,
- e logo depois, na quarta-feira (11/12), na Agência Brasil Central.
O Hospital Estadual de Doenças Tropicais também lançará o projeto HDT nas Escolas, que consiste na visita da equipe multiprofissional da unidade a instituições de ensino para uma ação educativa com abordagem lúdica sobre a prevenção ao HIV.
O projeto será levado na quarta-feira (04/12), às 14 horas, à Escola Estadual Santa Luzia e na sexta-feira (06/12), às 10 horas, para a Escola Estadual da Polícia Militar Major Oscar Alvelos, na capital.
Sobre o vírus
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. Quando não tratado de maneira adequada, pode evoluir para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), levando à diminuição da quantidade de células de defesa e favorecendo doenças oportunistas.
A transmissão do HIV acontece durante relações sexuais sem preservativo, por meio de contato sanguíneo como uso de seringa por mais de uma pessoa e instrumentos que furam ou cortam não esterilizados, da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), no parto e na amamentação.
O tratamento é feito com medicamentos antirretrovirais (ARV) de uso contínuo fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que melhoram a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV, além de diminuir as chances de transmissão a outras pessoas.
Eliminação da Transmissão Vertical
A Sífilis e o HIV podem ser transmitidas de mãe para filho durante a gestação, na ausência de tratamento oportuno e adequado. A taxa estimada de transmissão vertical do HIV pode chegar a 30% quando não é utilizada a terapia antirretroviral.
No entanto, com o tratamento e demais medidas preventivas, essa taxa reduz para menos de 2%. Ainda segundo o boletim da SES-GO, de janeiro de 2020 a agosto de 2024 foram identificados em território goiano 654 casos notificados de gestantes com HIV.
O Estado de Goiás, assim como todo o país, tem atuado continuamente para a eliminação da transmissão vertical do HIV e da Sífilis. O trabalho desenvolvido fez com que o estado conquistasse o Selo Prata de Boas Práticas Rumo à Eliminação do HIV em 2024.
A certificação é uma estratégia do Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan Americana da Saúde (Opas), e foi confirmada na sexta-feira (29/11), durante evento realizado em Brasília.
Além da Saúde Estadual, quatro municípios goianos também tiveram o trabalho reconhecido e foram certificados:
- Anápolis,
- Jataí,
- Rio Verde
- e Trindade.
A certificação reflete a qualidade da assistência no pré-natal, parto, puerpério e seguimento da criança, bem como reconhece o processo de trabalho realizado no território e por todos os envolvidos na eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis.