O Museu do Catetinho acaba de receber o procedimento de calafetação nas frestas entre as tábuas que constituem o edifício. A obra é o pontapé oficial para entregar à população equipamentos da cultura restaurados e modernizados no aniversário de 60 anos de Brasília em 2020. O trabalho foi feito pela Gerência de Conservação e Restauro da Subsecretaria do Patrimônio Cultural em parceria com a Diretoria de Manutenção do Patrimônio e Espaços Culturais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF.
O Catetinho está em área de preservação ambiental (APA) e tem sido constantemente infestado por abelhas, colocando em risco a segurança de visitantes e funcionários, a funcionalidade do Museu e provocando danos ao patrimônio cultural tombado. Como as espécies de abelhas são consideradas patrimônio genético, a equipe de conservação e restauro teve o delicado trabalho de equilibrar a preservação dos patrimônios natural e histórico.
O forro e o chão do Catetinho, com exceção dos banheiros, são feitos de madeira, sendo as paredes construídas com um sistema de sanduíche de tábuas, o que produz um vão de ar entre as paredes externas e internas, criando microclima propício ao alojamento de colmeias.
Segundo a gerente de Conservação e Restauro, Mariah Boelsums, “a responsabilidade de preservação vai além do bem tombado, levando em conta também as especificidades do entorno, o que inclui o patrimônio ambiental e genético”.
O subsecretário de Patrimônio Cultural, Cristian Brayner, informa que a ação no Catetinho será seguida de restauro e revitalização do Centro Cultural Três Poderes a partir de uma parceria entre Secec e Unesco, com investimento de R$ 300 mil, num diagnóstico com projetos básico e executivo de intervenção.
O projeto executivo, que estabelece valores, está em execução e prevê intervenção nos bustos de Tiradentes e de Israel Pinheiro, e na herma de Juscelino Kubitschek. Ações de preservação também estão previstas para o Museu da Cidade, o Espaço Lúcio Costa e o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. “Vamos entregar o equipamento novinho em folha para o aniversário da capital”, afirma Brayner.
O gestor do patrimônio cultural da Secec explica que a administração do secretário Adão Cândido quer equilibrar dois termos de uma complexa equação: “preservação e educação patrimonial precisam andar juntas, principalmente numa cidade com uma área tombada tão vasta como a da capital do país”.
Brayner explica que durante a restauração das peças do Centro Cultural Três Poderes, estudantes da rede pública de educação serão convidados a participar, contribuindo com a formação histórica prevista no ensino médio. “Teremos tendas, onde haverá água e lanche para que, na visita, o alunado tenha ouça uma palestra sobre o personagem histórico e o equipamento em questão e onde possam fazer alguma tarefa para ajudar no trabalho de revitalização”, explica o subsecretário. “Precisamos criar um sentimento de pertencimento nos cidadãos de Brasília em relação ao patrimônio. Só assim, conseguiremos legar essa riqueza a gerações futuras”, destaca.
*Com informações da Secretaria de Cultura