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Segundo tributarista, taxação de lucros e dividendos afetará gravemente os pequenos empresários

Para compensar a queda de arrecadação com a alteração da tabela de isenção do Imposto de Renda para R$2,4 mil , o ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda taxar lucros e dividendos com alíquota de 20%. A tributação terá uma faixa de isenção de R$ 20 mil por mês.

O advogado tributarista Eliézer Marins criou um exemplo para demonstrar o impacto que essa medida pode gerar. Segundo ele, o que o ministro quer é tributar algo que já é tributado pela nossa legislação.

“Vamos dizer que uma empresa X LTDA optante pelo lucro real, fature R$ 200.000,00, depois de pagar, salários, aluguel, os impostos como PIS, COFINS, INSS, FGTS e ICMS, auferiu o lucro líquido de R$ 20.000,00. Parou por aí o pagamento de impostos? Não!!!! Sobre isso a empresa ainda pagará o IRPJ, na alíquota de 25% mais 9% de  CSLL. Ou seja, nesse exemplo a empresa depois de ter pago R$ 180.000,00, pagará mais R$ 6.800,00, restando assim R$ 13.200,00 para pagar parcela de carro, gasolina, escola, médico, supermercado, dentista, aluguel de casa, sabendo que a média de impostos nesses itens ou serviços adquiridos são de 55%, na verdade o valor total de dinheiro sem impostos é R$ 5.940,00. Imagina fazer esse cálculo acrescentando a alíquota de 20% do Ministro Guedes? Quanto sobrará para o empresário? Valerá ter uma empresa no Brasil?”, questiona o advogado

De acordo Eliézer, quem conhece um pouco de História sabe que fatos parecidos já aconteceram antes.

“Em 1861 nos Estados Unidos, o imposto federal inicialmente era cobrado somente para quem ganhava acima de U$S 800,00 (oitocentos dólares) anuais, como pode acontecer agora a maioria do povo americano não reclamou, pois quem ganhava o que seria hoje R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) por ano ganhava muito e tinha que pagar. Porém, o que eles não sabiam é que, já no ano seguinte, o governo americano começou a incluir alíquotas progressivas para quem ganhava abaixo desse valor. O que o ministro propõe fazer aqui no Brasil é exatamente igual, é simplesmente colocar o sapo na panela com água fria e esquentar gradualmente”, argumenta.

O advogado tributarista afirma que o ministro, para enganar a população, fala dos lucros dos acionistas de grandes corporações.

“Porém na verdade quem vai ser afetado diretamente é quem mais emprega no país, o micro, pequeno e médio empresário”, conclui.