“Informação é poder” – este é o mote da campanha Setembro em Flor de 2024. Idealizada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), instituição parceira da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e do Hospital Anchieta, a campanha busca a e conscientização dos cânceres ginecológicos. Mais de 30 mil brasileiras são diagnosticadas com cânceres ginecológicos por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A oncologista com atuação em tumores femininos do Hospital Anchieta, Rafaela Costa, explica que a ideia é alertar as mulheres e indicar estratégias de prevenção, cuidados e conscientização sobre os cânceres que atingem o aparelho reprodutor feminino – sobretudo, útero, ovário e endométrio. Segundo ela, os principais sinais e sintomas ajudam nos diagnósticos mais precoces.
“Os tumores ginecológicos podem ser identificados na grande maioria das vezes, através da história clínica, exame físico e ginecológico da paciente, associado a exames complementares como ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética, e no caso do câncer de colo uterino o Papanicolau”, destaca Costa.
A incidência dos tumores varia bastante, sendo que o mais frequente é de colo uterino, registrando cerca de 570 mil mulheres diagnosticadas por ano. Em seguida, os cânceres de ovário e endométrio responsáveis por cerca de 200mil casos por ano. Os mais raros são os tumores de vulva e vagina, que afetam 1 em cada 1000 mulheres brasileiras.
Diagnóstico ainda é tabu
O diagnóstico de um câncer é algo que costuma ser muito assustador num primeiro momento em razão de todos os pré-conceitos que culturalmente trazemos arraigados sobre este grupo de doenças. Por isso, reforça a oncologista, “é importante buscar agir de maneira calma para que haja um correto entendimento de qual o quadro do paciente quanto ao tamanho da doença (estadiamento) e os tratamentos indicados”.
Com relação aos fatores de riscos, Rafaela Costa observa que os tumores ginecológicos têm como particularidade diferentes fatores de risco, conforme local de origem. “Nos tumores de colo de útero, vulva e vagina, o principal fator de risco é a infecção persistente por tipos oncogênicos do vírus HPV. Além disso, tabagismo, sistema imunológico comprometido por uso de medicações imunossupressores e pelo HIV”, afirma.
Os tumores de ovário e endométrio e o aumento do risco de desenvolver a doença está mais relacionado a fatores específicos: idade avançada, obesidade, histórico familiar, reprodutivo e genético, além das terapias de reposição hormonal sem progestágeno, e síndrome dos ovários policísticos. Todos esses aspectos podem acarretar distúrbios metabólicos e hormonais, que podem aumentar o risco.
A cirurgiã oncológica do Hospital Anchieta, Rayane Cardoso, explica que, além dos exames físicos baseados em sintomas como sangramento vaginal, dor abdominal, aumento do volume abdominal e coceira na região íntima, existem exames específicos para a detecção de tumores. “O ideal é que a paciente realize uma consulta com o ginecologista para avaliar o colo do útero e detectar possíveis tumores em estágio inicial”, recomenda.
Rayane destaca que os fatores de risco variam conforme o tipo de tumor. No caso do câncer de colo uterino, estão associados à presença de múltiplos parceiros. Já para tumores de endométrio, os principais fatores incluem obesidade e sedentarismo. Além disso, fatores universais como alimentação inadequada, tabagismo e consumo de álcool também contribuem para o risco. Ela alerta que o câncer de corpo do útero, ou endométrio, tem aumentado, possivelmente devido ao aumento da obesidade, o que impacta diretamente na prevenção, diagnóstico e tratamento, sendo responsável por cerca de 7.840 novos casos.
As duas unidades do Hospital Anchieta – em Taguatinga e Ceilândia – possuem atendimento especializado na saúde da mulher. Para mais informações, a central de atendimento é (61) 3049-9001.