A Atenção Primária é a porta de entrada do usuário no Sistema Único de Saúde. As unidades básicas de saúde (UBSs) – antigos centros ou postos de saúde – são os serviços que as pessoas devem procurar para ter seu primeiro atendimento e poder ser acolhido para que suas demandas em saúde possam ser atendidas. Cada cidadão tem uma UBS de referência para seu endereço de moradia, e você pode descobrir qual a sua aqui.
Ali, as equipes de Saúde da Família são formadas por médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Os profissionais atendem as principais necessidades de saúde da população. Para tanto, podem contar com o apoio de uma equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família da Atenção Básica (Nasf-AB) que é formada por profissionais de outras categorias.
Atualmente, o Distrito Federal conta com 56 equipes do Nasf, distribuídas nas sete regiões de saúde. A cobertura atual é de 63% da população do DF. A composição mínima de cada uma deve ser de cinco profissionais de áreas distintas – farmacêutico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional. Cada Nasf deve estar vinculado a no mínimo cinco e a no máximo nove equipes de Saúde da Família.
A definição de quais categorias profissionais vão compor o Nasf de cada UBS leva em consideração as necessidades e demandas da população do território atendido. “A região tem de analisar a necessidade local, bem como suas vulnerabilidades para adequar a melhor composição”, destaca a gerente de Apoio à Saúde da Família, Mariana Rodrigues.
Atuação conjunta
Caso o usuário precise de um serviço disponibilizado pelo Nasf, ele deve acessar primeiramente sua equipe de Saúde da Família de referência, que irá avaliar suas necessidades e coordenar seu acesso às ofertas do Nasf, que podem ser individuais, coletivas ou em forma de matriciamento – uma estratégia de atendimento conjunto, em que olhares distintos sobre as necessidades dos usuários promovem intervenções de saúde mais efetivas.
“Por ser uma equipe com a abordagem multidisciplinar, é possível a troca de saberes com as equipes de Saúde da Família, a fim de garantir a resolutividade e cuidado integral ao usuário”, aponta Mariana Rodrigues.
Estima-se que entre 70% e 85% dos problemas de saúde são resolvidos na Atenção Básica. Por isso, o trabalho das equipes de Saúde da Família com o apoio do Nasf é fundamental para ampliar as possibilidades de cuidados ofertados à população.
UBS 1 de Santa Maria
A UBS 1 de Santa Maria conta com uma equipe do Nasf composta por dois fisioterapeutas, duas nutricionistas, uma assistente social, uma terapeuta ocupacional e duas residentes em fisioterapia. A área de abrangência da unidade de saúde possui uma população estimada de 60 mil pessoas.
De setembro a novembro de 2021, a equipe do Nasf realizou quase 10 mil atendimentos entre serviços individuais, em grupos e visitas domiciliares. “Nossa equipe apoia a de saúde da família. O paciente chega e primeiro passa por eles e, caso haja necessidade, é encaminhado para atendimento com o Nasf, a depender da demanda. Também fazemos visitas domiciliares quando solicitam”, explica Diego Era, fisioterapeuta do Nasf da UBS 1 de Santa Maria.
O atendimento em grupo – suspenso durante a pandemia – está sendo retomado aos poucos e de forma segura para os usuários e servidores. Ali na UBS, às terças e quintas-feiras, das 8h às 9h, os fisioterapeutas do Nasf conduzem o grupo para controle de dor.
“Geralmente, os pacientes que chegam com queixas de dor são encaminhados para o grupo. Primeiro passam por uma avaliação com a nossa equipe de Saúde da Família, para verificar se podem ir para a atividade em grupo ou se precisam de atendimento individual”, detalha Diego.
Segundo ele, os grupos são retomados de forma gradual e realizados ao ar livre, com distanciamento e uso de máscaras. A dona de casa Aurelina de Souza Santos, de 50 anos, tem osteoporose e fibromialgia. Ela conta que foi até a UBS para uma consulta e, após, foi encaminhada para o grupo. “Estou me sentindo muito bem. O atendimento e os profissionais aqui são ótimos”, avalia.
*Com informações da Secretaria de Saúde