“O mais importante é a gente entender a eficiência do sistema de saúde, que é organizado em rede. Cada diferente ponto tem o seu papel. A Atenção Primária é o primeiro nível de contato do paciente com o sistema de saúde. É o que a gente chama de porta de entrada”, afirma o coordenador da Atenção Primária da Secretaria de Saúde (SES), Fernando Érick Damasceno.
“As UBSs estão preparadas para ofertar o cuidado primário, que soluciona 80% dos problemas de saúde com baixa densidade tecnológica para resolver a situação da pessoa. A maior parte dos problemas se resolve com os cuidados primários e tratamentos e procedimentos ambulatoriais” Fernando Érick Damasceno, coordenador da Atenção Primária da Secretaria de Saúde
O profissional explica que é necessário reconstruir a lógica na busca pela assistência. “A gente precisa de um modelo de atenção que seja menos voltado para as causas emergenciais, porque o paciente entra infartando, mas poderia ter sido acompanhado precocemente evitando o infarto e a internação. A Atenção Primária aumenta a promoção da saúde e a qualidade de vida”, completa.
Antigamente conhecidas como centros ou postos de saúde, as UBSs constituem a Atenção Primária e têm como principal característica o acolhimento primário, controlando doenças crônicas, acompanhando o crescimento e o desenvolvimento das crianças e das grávidas em todas as fases e oferecendo consultas e vacinas. As unidades também podem atender as chamadas pequenas urgências, que não colocam a vida do paciente em risco.
“As UBSs estão preparadas para ofertar o cuidado primário, que soluciona 80% dos problemas de saúde com baixa densidade tecnológica para resolver a situação da pessoa. A maior parte dos problemas se resolve com os cuidados primários e tratamentos e procedimentos ambulatoriais”, garante Damasceno.
Entre os casos, estão situações como febre, dores de ouvido, cabeça, dente, garganta e barriga, enjoo, vômitos e diarreias, palpitação, mal-estar, pequenos ferimentos, pressão alta, diabetes, pequenas queimaduras, mordedura ou arranhadura animal e picada de insetos.
Também integram os atendimentos casos como urticária, unha encravada, fraqueza, tremores, suspeita de dengue e inchaço. As UBSs ainda atuam em problemas com álcool ou outras drogas, na saúde da mulher (suspeita de gravidez, violência doméstica, complicações menstruais e amamentação) e na saúde mental (ansiedade e depressão).
No Distrito Federal, a maioria das UBSs funciona de segunda a sexta-feira em horário comercial, das 7h às 19h. Algumas unidades podem ter horários diferentes e estendidos. O funcionamento pode ser consultado pelo portal Info Saúde.
Emergência, urgência e alta complexidade
Já as UPAs funcionam 24 horas e são o caminho para os casos de emergência e urgência. “Quando chega uma pessoa que não está classificada assim, ela fica atrás na fila. Se ela for a uma UBS, vai ser atendida mais rapidamente. Às vezes chegam pacientes que não são urgentes, e os encaminhamos para as UBSs, assim como acontece o contrário”, comenta a superintendente da Atenção Pré-Hospitalar do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), Nadja Regina Carvalho.
Estão entre os atendimentos das UPAs casos como parada cardiorrespiratória, dor cardíaca, falta de ar, convulsão, vômitos ou diarreias que não param ou apresentam sangue, envenenamento, tentativa de suicídio, dor abdominal de moderada a grave, rigidez na nunca, queda ou elevação súbita de pressão arterial, alergia severa e dor aguda.
“Quando chegam casos mais graves, estabilizamos, e o paciente fica aguardando na sala vermelha a transferência para o hospital”, explica a superintendente. Confira aqui todas as 13 UPAs do Distrito Federal.
Cabe aos hospitais o atendimento às ocorrências de alta complexidade, como hemorragias, traumas fortes, partos normais ou cesáreas, cirurgias, transplantes, quedas de altura e perda de consciência. Consulte todos os 16 hospitais no site.