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Vestibular seriado: modelo ganha força pelo país e pode ser aderido pelo enem

O modelo de vestibular seriado já tem sido utilizado em diferentes instituições de ensino pelo Brasil, como a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em um futuro próximo, há chances de o Enem também se tornar seriado. Segundo especialistas em educação, o formato pode ser considerado mais justo e equilibrado do que o atual.

A filosofia que existe por trás dos vestibulares seriados possui um forte diálogo com as novas diretrizes do Ensino Médio e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Thiago Mulim – supervisor do pré-vestibular do Elite Rede de Ensino – analisa o contexto. “Se queremos alunos mais preparados para o mercado de trabalho e com uma formação mais contextualizada às problemáticas sociais, a experiência de poder realizar provas seriadas é frutífera e altamente recomendada”.

O vestibular seriado representa uma maior valorização do Ensino Médio, pois os estudantes e os professores estão envolvidos, ao longo dos três anos, com os objetos de avaliação do concurso. Comparado ao Enem o modelo seriado constitui-se como uma tentativa de entrada para as universidades de modo mais tranquilo, dinâmico e menos concorrido. “O conteúdo do Enem é extenso, visto que, em dois dias de prova, reúne os assuntos de três anos. Já o vestibular seriado divide os conteúdos a serem abordados em três dias de prova, uma em cada série, ao longo dos três anos do Ensino Médio”, salienta Isaac Lacerda, supervisor do ensino médio do Elite.

 Um exemplo que ilustra bem a situação é o ingresso à UnB. O PAS – Programa de Avaliação Seriada – atualmente é o principal meio de entrada na Universidade de Brasília. Hoje, metade das vagas são destinadas para os estudantes que ingressam por meio do PAS no início do ano. As demais vagas são distribuídas entre os vestibulandos que entram por meio do SISU/Enem no início do ano e os que ingressam pelo vestibular tradicional no meio do ano, com 25% das vagas reservadas para cada uma das duas modalidades.

 “Em termos de pressão, pode-se afirmar que é muito melhor aderir ao vestibular seriado, pois o aluno, ao longo dos três anos, com o suporte da escola e da família, poderá refletir e decidir qual será a sua melhor trajetória de curso superior. Com um tempo maior, poderá acompanhar seu resultado e desenvolvimento realizando três provas, uma a uma ao final de cada ano letivo, e quem sabe descobrir outras habilidades que ele nem reconhecia”, afirma Lacerda.

 No vestibular seriado, a concorrência também é considerada mais justa. Afinal, no formato tradicional, o estudante que está terminando o ensino médio disputa vaga com candidatos de todas as idades e que já podem estar concorrendo e se preparando há mais tempo. Já no modelo seriado, ele só concorre com estudantes que estão cursando o ensino médio. Outro ponto positivo é que o aluno só precisa escolher o curso que deseja no último ano. Sendo assim, o vestibulando consegue analisar os seus resultados dos dois anos anteriores e escolher sua futura profissão de acordo com suas possibilidades.

Além disso, na visão do coordenador pedagógico do Elite, Thiago Dornelas, o fato de ter uma prova importante em todos os três anos pode fazer com que o estudante permaneça focado em todas as séries do Ensino Médio.